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Conhecido na escola pelos resumos que ajudaram muitos colegas a estudar para as provas, Víctor Domene, 17, encara agora o desafio de escolher em qual universidade dos Estados Unidos vai estudar: Princeton, Duke, Harvard, Yale ou Columbia.

“Eu sempre tive o sonho de estudar fora. Uma coisa que sentia falta nas universidades brasileiras era a possibilidade de focar em outras áreas, ter aulas diferentes. Lá eu tenho a possibilidade de estudar ciência da computação e economia”, diz Víctor, que ganhou bolsa nas cinco instituições.

Aos 7, ele começou a estudar inglês sozinho para conseguir entender um jogo de videogame. Nunca frequentou cursos de línguas e aperfeiçoou o idioma com as aulas do Colégio Bandeirantes, onde teve bolsa integral e ajuda de custo do Ismart (ONG que apoia jovens talentos).

Com tanta facilidade para entender os conteúdos, os seus resumos das disciplinas ganharam fama na escola. “No início do 1º ano [do ensino médio] eu comecei a escrever resumos para estudar. Um dia uma pessoa pediu ajuda sobre a matéria da prova em um grupo do Facebook e eu acabei postando o meu resumo, que em pouco tempo teve 300 downloads”, conta Víctor.

Os textos compartilhados com os colegas até o 3º do ensino médio eram principalmente de geografia, história e biologia.

“Ao chegar em casa, eu pegava o computador e começava a escrever o que havia aprendido sobre a matéria da aula. Ao longo do tempo, passei a dividir com a sala para o pessoal revisar os conteúdos”, diz o estudante. “O diferencial estava na perspectiva do aluno sobre a aula”.

Dicas para um bom resumo

Para montar um bom resumo, ele diz que é essencial prestar atenção na aula e, em seguida, escrever tudo o aquilo que aprendeu. “Não se trata de fazer um resumo do que está no livro, mas um ‘brainstorm’ [compilação das ideias] do que se aprende com a aula.”

Nas disciplinas de exatas, ele frequentava os plantões tira-dúvidas para ajudar os colegas a resolver os exercícios. Foi medalhista das olimpíadas brasileiras de física, informática e química entre o 2º e o 3º anos do ensino médio.

Filho de uma dona de casa e um assistente administrativo (que foi jornaleiro durante muitos anos), Víctor recebeu auxílio de instituições que pagaram a tradução e a preparação de todo o material necessário para as inscrições nos processos seletivos das universidades americanas.

Neste mês, Víctor vai para Nova York conhecer a Universidade de Columbia, que comprou passagens aéreas para ele conhecer o campus, e vai aproveitar a viagem para visitar a Universidade de Princeton.

Além das cinco instituições dos EUA, ele também foi aprovado na Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada).