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Um estudante do primeiro ano de medicina fez queixa na polícia contra colegas por supostamente tê-lo humilhado e agredido durante trote em uma chácara em São José do Rio Preto (438 km de São Paulo).

Luiz Fernando Alves, 22, desistiu de cursar a Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) porque, segundo ele, teria recebido ameaças dos agressores após as denúncias, feitas também à direção da instituição de ensino.

Alves procurou a polícia na última sexta (21) para relatar que havia sido obrigado por estudantes veteranos a ficar de joelhos com garrafas de cerveja sobre a cabeça.

Ainda de acordo com o relato, ao reclamar, colegas teriam urinado e derramado cerveja gelada sobre ele, além de desferir tapas e golpes em suas orelhas com garrafas da bebida.

As supostas agressões teriam ocorrido no dia 18, no primeiro dia de uma festa prevista para durar quatro dias. O aluno disse à polícia que chegou a desmaiar e, no segundo dia do trote, decidiu desistir da festa, realizada em uma chácara do bairro Jardim Aclimação. 

À reportagem do UOL, o aluno afirmou nesta segunda-feira (24) que não está em condições psicológicas para comentar o caso e que pretende se transferir da faculdade. “Estou recebendo ameaças por telefone”, declarou.

Cursinho

Alves fez quatro anos de cursinho para conseguir a vaga. Ele está na casa da família, em Contagem (MG), e contratou advogado para tomar medidas judiciais contra os agressores.

Em nota, a Famerp informou que “repudia violência e atos de vandalismo praticados por alunos”. Ainda segundo a nota, os responsáveis, que ainda não foram identificados, serão punidos com severidade.

A faculdade informou ainda que vai tentar identificar os acusados pela prática de trote violento por meio de fotos e vídeos.

“A instituição tomará providências drásticas embasadas no Regimento Interno, pois considera que esses fatos são inaceitáveis para conduta de futuros médicos.”

O caso será investigado como possível prática de lesão corporal, injúria qualificada e ameaça pela 1º Distrito Policial de Rio Preto. O UOL procurou o delegado Airton Douglas Honório para comentar o caso, mas ele não foi encontrado.