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A Unicamp inaugura no próximo mês o principal prédio do parque tecnológico científico que está se consolidando na universidade.

Batizado de Centro de Inovação, a área de 100 m2 reúne laboratórios de empresas interessadas em fazer pesquisa e desenvolvimento em parceria com a universidade.

Parte dele será ocupado por empresas criadas pelos alunos e incubadas na universidade. Hoje, a Unicamp tem 12 delas. A ideia é chegar a cerca de 40.

O restante -dois dos cinco andares desse prédio- serão ocupados pela Lenovo.

A empresa pretende colocar cerca de R$ 250 milhões na Unicamp nos próximos cinco anos. Tudo isso em pesquisa e desenvolvimento.

O que atrai essas empresas para dentro do campus?

De acordo o reitor José Tadeu Jorge são os próprios alunos e professores. “O foco da Unicamp são recursos humanos”, disse à Folha.

Hoje, 26 das 52 carreiras da Unicamp são de exatas. E cursos como engenharias são atrativas para empresas que querem inovar.

A universidade, diz o reitor, ganha com as empresas, pois passa a pesquisar temas atuais. “Não se trata só de instalar laboratórios dentro da universidade. É uma associação de ensino e pesquisa.”
Essa associação pode ser observada em números.

De acordo com Milton Mori, diretor-executivo da Inova, agência de inovação da universidade, mais de 40 alunos estão envolvidos em atividades de pesquisa apenas no laboratório da Samsung que fica na Unicamp.

Petrobras e a Embrapa e mais dez empresas também estão dentro do parque.

Tudo isso, claro, já resultou em pedidos de patentes.

A Unicamp é a segunda universidade com mais pedidos de patentes segundo o RUF (Ranking Universitário Folha). Perde para a USP.

O problema é licenciar, ou seja, transformar a patente em um produto no mercado.

Em 2013 foram feitos 71 pedidos de patentes -11% desse total foram as patentes que entraram no mercado.

  editoria de arte/folhapress  

FILHA DA UNICAMP

Apesar de o parque estar em fase de cadastramento no sistema de parques tecnológicos do Estado de São Paulo, as atividades já começaram há alguns anos.

A incubadora de empresas da Unicamp funciona desde 2001. Tem 39 empresas graduadas -que nasceram na universidade e cresceram.

Uma delas é do consultor Bruno Rondani, 33, que fez engenharia na Unicamp e criou a consultoria Allagi dentro da universidade.

“Os primeiros anos na incubadora da Unicamp foram fundamentais”, diz. “Nossos primeiros grandes clientes saíram da relação com a Unicamp, como a Telefonica.”