Escolas bem posicionadas no ranking do Enem são federais e aplicam exames para admissão dos alunos.
Ser bom tem seu custo. E onde a falta de boas escolas é um problema crítico, este custo também é refletido na alta busca por vagas nas instituições de referência.
As instituições públicas de ensino com as melhores notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2012 são os colégios de aplicação da UFV (Universidade Federal de Viçosa) e da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Em um ranking dominado por instituições particulares, estes dois colégios se destacaram pela qualidade do ensino. E, para entrar neles, não é fácil.
Alfredo Matos, diretor do colégio de aplicação da UFPE destaca que a concorrência nos exames de admissão nestes colégios é elevada.
— No nosso colégio, são cerca de 1.500 a 2.500 candidatos no exame de admissão para as 60 vagas que abrimos anualmente. Essa concorrência ocorre devido a ser uma escola pública, divulgada como de qualidade pela mídia. Isto atrai mais pessoas para a instituição.
Em Viçosa, foram abertas 150 vagas para o primeiro ano do ensino médio no Coluni (Colégio de Aplicação da UFV). E ainda há uma lista de espera para os candidatos que não conseguiram passar no exame.
Uma das razões apontadas pelo professor Matos para a qualidade do ensino, que é refletida na busca por parte dos pais em matricular seus filhos, se deve à formação. No colégio de aplicação, ela é voltada para enriquecer o currículo do aluno, e não para apenas prepara-lo para provas eventuais, como um vestibular ou o próprio Enem.
— O trabalho do professor é voltado para o conhecimento, para o aluno sair do colégio como um ser humano crítico, e não para ser bem avaliado em uma prova necessariamente.
Seleção e preparação
Com a alta busca, o processo de seleção é natural neste tipo de instituição. Em Recife, algumas instituições particulares chegam a oferecer cursinhos para os alunos se prepararem para o exame de admissão do colégio de aplicação.
Nas redes estaduais e municipais, entretanto, o critério usado para a seleção é o da proximidade da escola com a residência dos estudantes.
No Estado de São Paulo, quando não há mais vagas na escola mais próxima, os alunos são encaminhados para uma unidade no mesmo bairro, segundo a Secretaria de Educação. Já no caso de irmãos, a preferência é a de que sempre estudem juntos, observando os casos de lotação ou disponibilidade de vagas no ano pretendido.
As escolas estaduais também tem de aceitar os alunos em qualquer época do ano, não tendo um prazo fixo. Algumas secretarias estipulam um período por questão de organização, mas não podem proibir as matrículas fora deste período.
A escola que “dá certo”
No País, são 17 colégios de aplicação das universidades federais. Estas instituições de ensino são reconhecidas pela sua qualidade no ensino, aponta o professor Alfredo Matos, que diz que esta é a escola que “dá certo”.
— Na seleção, é priorizado o raciocínio do aluno. O corpo docente tem dedicação exclusiva e boa qualificação. Além disso tudo, os pais apoiam os estudantes fora da sala. Tudo isto contribui para que este modele seja de sucesso.
Os colégios de aplicação abrigam os alunos das graduações das universidades, e diversas instituições possuem este modelo além das federais, como a USP (Universidade de São Paulo).
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