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O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira (12), após evento com o presidente da França, François Hollande, que o governo brasileiro avalia incluir outros idiomas como opção na prova do Exame Nacional do Ensino Médico (Enem), entre eles o francês, o mandarim e o alemão.

Atualmente, os alunos podem optar entre responder a questões de inglês ou espanhol na prova. Segundo Mercadante, o ministério fará um estudo para verificar a demanda dos estudantes por exame de francês no Enem.

“Eu disse que vamos, antes de tomar essa decisão, fazer uma avaliação para ver a demanda que existe. Mas é uma possibilidade. Se houver volume significativo de estudantes para que seja mais uma opção, podemos ampliar não só para o francês”, afirmou.

Em discurso num evento sobre intercâmbio de estudantes brasileiros e franceses, Hollande fez um apelo a Mercadante para que o francês seja inserido nas provas de acesso a universidades federais brasileiras.

“Eu desejo, e digo na frente do ministro, que a possibilidade de optar pela língua francesa no vestibular possa ser facilitada e ampliada. A recíproca é verdadeira. Há um projeto de língua bilingue que existe na França. Desejamos, em várias escolas, lecionar o português”, afirmou o presidente do país europeu.

Mercadante destacou que o alemão e o mandarim, idioma falado na China, também poderão ser incluídos no Enem. “Nos interessa que a gente tenha como outra opção linguística, além do inglês e do espanhol, que estão sendo ofertados, outras possibilidades, como mandarim, alemão, francês”.

Napoleão
Mercadante e Hollande fizeram discursos descontraídos no evento de intercâmbio estudantil, realizado no Museu da República. O ministro da Educação iniciou sua fala citando o ex-presidente norte-americano Thomas Jefferson, um dos autores da declaração de independência dos Estados Unidos.

“Como dizia Thomas Jefferson: ‘todo homem tem seu país e a França’. A França de alguma forma é uma espécie de segunda pátria intelectual. Um país que influenciou os valores da igualdade, liberdade, fraternidade”, afirmou.

Mercadante também fez uma brincadeira sobre o papel da França na história dos brasileiros ao falar sobre a vinda da família real portuguesa ao Brasil, provocada pela ameaça de invasão do exército francês a Portugal.

“A vinda da família real portuguesa ao Brasil deve muito à França”, disse o ministro, arrancando risadas da plateia. Dom João VI e sua mulher, Carlota Joaquina, fugiram rumo ao Brasil em 1807 diante do temor de que o imperador francês Napoleão Bonaparte invadisse Portugal. 

O presidente da França quis participar da piada e afirmou, no discurso, que Napoleão também influenciou as roupas dos Dragões da Independência, militares que fazem a guarda da presidente da República.