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Um em cada cinco jovens, entre 15 e 29 anos, não trabalham nem estudam.
Boa parte dos jovens preferem morar com os pais.

Nove milhões e 600 mil jovens brasileiros não estudavam nem trabalhavam em 2012, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira (29) pelo IBGE. Eles são chamadas de “geração nem-nem”, porque nem estudam, nem trabalham.

Um em cada cinco jovens, entre 15 e 29 anos, faz parte da “geração nem-nem” e a maioria são mulheres, muitas delas com filhos. “A necessidade, cada vez mais, é de políticas de implementação de creches, justamente para este período mais difícil das crianças, de zero a seis anos. Isso para que libere estas mulheres, para que elas possam estudar e continuar a trabalhar”, analisa Ana Saboia, coordenadora de indicadores sociais do IBGE.

Outra tendência revelada pela pesquisa é que os jovens preferem morar com os pais. Um em cada quatro compõe a chamada “geração canguru”, uma situação cada vez mais comum nas famílias brasileiras.

Na casa de João Luiz é exatamente isso que acontece. Ele é o pai do Gabriel de Figueiredo e Medeiros, de 30 anos, um profissional bem sucedido, que ainda não saiu da casa dos pais. O jovem diz que tem uma boa explicação para isso: “Hoje, para mim, é um investimento no futuro. Eu deixo de gastar aqui para injetar no meu negócio”.

Gabriel é dono de uma agência de publicidade. Sem pagar aluguel e as contas da casa, consegue fazer uma boa economia e não tem pressa de sair de casa. “Quando o meu negócio tiver totalmente consolidado, eu saio tranquilo, saio dando um abraço e um beijo nos dois, mas quero sair bem”, afirma.

De 2002 a 2012 a proporção de pessoas de 25 a 34 anos que ainda moram com os pais aumentou de 20% para 24% e os homens são a maioria.

O estudo do IBGE revela também as diferenças na jornada de trabalho entre homens e mulheres. A dos homens é mais longa: 42 horas semanais contra 36 das mulheres. Dentro de casa, porém, elas dedicam o dobro do tempo às tarefas domésticas.

Segundo o IBGE, em 2012, os 10% mais pobres tinham 1,1% da renda total, enquanto os 10% mais riscos concentravam quase 41,9% da renda total.

A pesquisa mostra também um aumento da frequência escolar e, por outro lado, a diferença no acesso por renda familiar. Entre as famílias mais pobres, foi bem menor o número de crianças entre 4 e 5 anos na escola: 71,2%. Entre os mais ricos esse índice sobe para 92,5%.