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Porcentual mostra tamanho do desafio da USP até 2018: ter 50% de seus alunos oriundos da rede pública

O perfil dos inscritos no vestibular da Fuvest mostra que a Universidade de São Paulo (USP) terá dificuldade para cumprir o programa de cotas do governo do Estado de São Paulo, que prevê que, até 2018, metade dos alunos das  três universidades estaduais paulistas – USP, Unicamp e Unesp – sejam oriundos de escolas públicas. 

No vestibular 2014, que acontece neste domingo (24), dos 172.037 candidatos inscritos para fazer a prova, apenas 38% (65.224 candidatos) são oriundos da rede pública.

Diante desse cenário, a instituição lançou, em julho, um pacote de ações que inclui quatro medidas: o aumento e criação de novos bônus do Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), a criação do Programa de Preparação para o Vestibular da USP, o aperfeiçoamento do Programa “Embaixadores USP” e a ampliação dos locais de prova da Fuvest no Estado de São Paulo.

O bônus do Inclusp é calculado segundo o desempenho do candidato na prova da primeira fase do Vestibular da Fuvest. Até o ano passado, essa porcentagem era de até 15%. Neste ano subiu para 20%, podendo chegar a 25% se o candidato se declarar preto pardo ou indígena. 

Já o Programa de Preparação para o Vestibular da USP é dirigido a alunos da rede pública que, tendo prestado o vestibular da Fuvest, foram bem classificados, mas não conseguiram ingressar na Universidade. As aulas são ministradas por alunos dos cursos de Licenciatura da USP. 

No Embaixadores USP, professores e funcionários dos setores acadêmicos visitam escolas públicas.

Medidas que, de acordo com o Frei Davi, diretor da ONG Educafro, são insuficientes. “O aluno da escola pública não crê na seriedade dos programas de inclusão da Fuvest. Eles precisam sentir que essa inclusão é sincera, transparente. Os programas criados pela USP neste ano não resolvem, não pode ser só para inglês ver”, diz.

Meta

De acordo com o programa de cotas, até 2018 a USP tem de ter 50% de alunos matriculados em cada curso e em cada turno que tenha cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas; – dentro desses 50% de matriculados oriundos de escolas públicas, o percentual de pretos, pardos e indígenas deverá atingir o percentual verificado pelo último censo demográfico do IBGE.