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Com universidades no Ciências sem Fronteiras, Irlanda está de olho no “Mais Engenheiros”

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Ministros da Educação da Irlanda e do Brasil se encontraram em Brasília na semana passada para estudar validação de diplomas.

 

O MEC (Ministério da Educação) estuda a possibilidade de reconhecimento de diplomas de graduação e pós-graduação entre universidades irlandesas e brasileiras na área de engenharia, de acordo com o ministro da Irlanda, Ruairí Quinn. Parceiro no programa Ciências sem Fronteiras, o país está de olho em uma possível parceria no “Mais Engenheiros”, programa similar ao “Mais Médicos” que é atualmente estudado pelo governo no Brasil.

Segundo o ministro da educação da Irlanda, Ruairí Quinn, ainda não há previsão para a validação dos diplomas, mas os cursos a serem reconhecidos incluiriam as áreas de engenharia civil e de alimentos.

— Há muito conhecimento em comum entre os dois países nessas áreas. A Irlanda tem tradição na criação de gado, assim como o Brasil, por exemplo. Mas ainda não há uma data para a validação.

De acordo com o ministro do desenvolvimento, Fernando Pimentel, o governo não vai conseguir suprir a demanda por engenheiros no curto prazo e por isso discute com universidades e conselhos profissionais a formatação de programas de intercâmbio de engenheiros de outros países. 

Apesar da preferência do governo brasileiro pelos países ibéricos por conta da língua, o governo irlandês não descarta as chances de enviar engenheiros para reforçar a oferta de profissionais no Brasil. Lá, o setor da construção civil foi o primeiro a sofrer impacto com a crise financeira.

Intercâmbio

Mas o principal interesse da Irlanda em relação à educação no Brasil no momento é fisgar o estudante que almeja um intercâmbio na Europa. Desde que a economia do país entrou em crise, em 2008, o governo irlandês abriu pacotes de estímulos para trazer estudantes internacionais ao país.

Como resultado, a Irlanda se tornou uma das melhores opções para o estudante brasileiro que busca uma experiência internacional no continente europeu, de acordo com a gerente da STB Dora Leal.

— O fato de a Irlanda combinar praticidade na obtenção de visto de estudante, mobilidade no continente europeu e custo de vida competitivo em relação a outros países que falam inglês na Europa fez com que ela fosse vista como a melhor opção de intercâmbio. Além disso, a Irlanda também tem flexibilidade nos cursos de idioma de curta duração.

Ciências sem Fronteiras

Mas a ideia da visita do ministro irlandês ao Brasil na semana passada era ir além dos programas de intercâmbio para cursos de inglês e desenvolver pesquisas nas áreas de laticínios e carnes, que, segundo Quinn, é de pleno interesse de ambos países.

Acompanhado por uma delegação de 14 instituições de ensino superior da Irlanda, Quinn se encontrou com o ministro da educação, Aloísio Mercadante, para fechar parceria de universidades irlandesas com agências de financiamento do Ciências sem Fronteiras, programa de bolsas de estudos no exterior para graduandos e pós-graduandos brasileiros.

De acordo com o ministro irlandês, a meta do governo irlandês é ampliar o número de universitários internacionais no país, que já tem registrado um aumento de 35% de estudantes não europeus em suas instituições públicas nos últimos anos. Segundo ele, o brasileiro já é um dos principais intercambistas universitários no país.

— Mais de mil estudantes de engenharia chegarão à Irlanda até o final do outono [irlandês]. O número de universitários na Irlanda subiu de 120 para 1.200 em um ano. Mais 3 mil devem chegar nos próximos quatro.