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Pesquisa desenvolvida na USP criou software que ajuda alunos de música a aprenderem a reger corais

SÃO PAULO – O ensino e aprendizado de regência coral podem ganhar um grande impulso com a utilização de visão computacional. Em sua defesa de mestrado, o estudante Caio Cesar Moreira apresentou um projeto de software que ajuda a ensinar os padrões da regência através da análise dos movimentos do aluno, capturados por um sensor (Kinect), em comparação com mapas de movimento previamente criados.

Em sua pesquisa, Moreira detectou alguns problemas com o método de ensino de regência coral. Por ser baseado na observação, há dificuldade em se ter uma noção clara e quantificável do movimento no espaço. Além disso, devido ao grande número de alunos, não é possível dar atenção individual adequada para a correção de erros e acompanhamento da evolução de cada um deles em uma única aula.

O software cria um percurso ponto a ponto em uma visão tridimensional para o aluno seguir e imitar. Ao final do exercício, é dada uma nota baseada no quanto o movimento do aluno se aproximou do esperado. Também é possível sobrepor os trajetos para analisar a precisão do movimento entre alunos ou entre vários treinamentos realizados por um mesmo aluno. Esses percursos podem tanto ser criados no computador (sintéticos), quanto feitos para o sensor que irá gerar a trajetória desejada.

Para tanto, foi utilizado o aparelho Kinect, da Microsoft, um sensor de movimentos com duas câmeras, originalmente desenvolvido para jogos eletrônicos do vídeo game Xbox 360. Outros softwares semelhantes já foram criados por meio de outras tecnologias como o Pinocchio, de Bruegge, que se utiliza do Wiimote como uma batuta, um controle com sensor de movimento também originário dos vídeo games, entretant tais softwares não focam no ensino da regência em si, mas na manipulação de uma gravação de regência já existente. A escolha do Kinect se deu devido a uma boa relação custo benefício, a facilidade de se encontrar em lojas, por ele utilizar o USB e ter um mapeamento preciso.

Em sua pesquisa, Caio Cesar fez testes com cinco alunos da graduação em regência coral que nunca haviam utilizado o software antes, nem a prática configurada. Eles fizeram dez exercícios consecutivos e apresentaram uma melhora de 7,75% na nota aplicada no final. “Os voluntários mostraram interesse e empolgação pela ferramenta, mas sentiram dificuldade em operar o software e esperavam melhores gráficos e interface, problemas que podem ser resolvidos com melhorias mínimas no programa”, explica Caio Cesar que pretende continuar com o projeto mesmo após a defesa no intuito de transformá-lo em um produto.

Para obter o conhecimento necessário para o projeto, Caio Cesar, do Instituto de Matemática e Estatística (IME-USP), entrou em contato com o professor de regência coral Dr. Marco Antonio da Silva Ramos da Escola de Comunicação e Artes – responsável pelo Laboratório Comunicantus – e fez aulas de regência coral nesta mesma escola. O trabalho final levou o título de Software para prática de regência coral e foi orientado pelo prof. Dr. Ronaldo Fumio Hashimoto.

/ com Agência Universitária de Notícias