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Apenas 1,6% dos moradores de favelas e ocupações irregulares ou sem infraestrutura adequada tinham, em 2010, curso superior completo, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). Comparado a dados de moradores que viviam fora de favelas, a diferença é significativa. Nesses locais, 14,7% dos habitantes haviam completado o 3º grau.
A maior discrepância é observada na região Sul, onde 1,7% dos que moravam em favelas tinham curso superior completo. Já entre os que residiam em outras áreas, 20% terminaram algum curso superior.
Na região Norte, 2,8% dos moradores dos aglomerados subnormais completaram o 3º grau. É a maior proporção observada entre as regiões do País. Já em outras áreas, 10,1% dos moradores tinham curso superior.
A menor proporção de pessoas que moravam em favelas e que tinham curso superior foi observada na região Sudeste. Apenas 1,2% das pessoas que moravam nesses locais completaram o 3º grau. Entre os que moravam em outras áreas no Sudeste, 15,3% terminaram o ensino superior.
O IBGE classifica como aglomerados subnormais as regiões com, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes, que ocupam terreno público ou particular (invadido ou não) e que se encontram de forma desordenada e densa. Regiões com menos de 51 barracos foram consideradas pelo estudo como áreas urbanas regulares.
Já se for observada a presença de pessoas frequentando creche ou escola pública, nota-se maior participação daqueles que residiam em aglomerados subnormais. Do total do Brasil, 86,9% dos moradores dessas localidades estavam inseridos nas instituições de ensino mencionadas. Entre os que viviam em outras áreas, 63,7% estavam matriculados em creches ou escolas públicas.
Na região Sul, 92% dos moradores de favelas frequentavam creche ou escola pública, pouco acima do Sudeste, onde a proporção chegava a 91,7%. No Nordeste, 79,7% das pessoas que residiam em aglomerados subnormais estavam inseridos nesses cursos.
Pesquisa registra 3,2 milhões de casas em favelas, em 323 cidadesO IBGE informou ainda que havia, em 2010, 3,2 milhões de residências em 323 cidades do País situadas em áreas de favelas. Deste total, 49,8% estavam situados na região Sudeste; 28,7% estão no Nordeste, 14,4% no Norte, 5,3% no Sul, e 1,8% no Centro-Oeste.
O levantamento mostra que 52,2% dos domicílios situados em aglomerados subnormais estavam em áreas predominantemente planas. Outros 26,8% estavam em áreas com aclive ou declive moderado, e 20,7% se encontravam em locais com aclive ou declive acentuado.
Se analisado o tipo da via em que essas residências estão localizadas, 51,8% ficavam em uma rua; 39,7% estavam em becos ou travessas; 4,2% se situavam numa escadaria, e 2% num caminho ou trilha. Já 0,9% viviam em uma via sem circulação interna.
A pesquisa observou ainda que 12% das casas em áreas de favelas estavam situadas às margens de córregos, rios e lagoas. No Acre, essa proporção é a maior do país, chegando a 90%. Na região metropolitana de Macapá (AP), 83% desses domicílios estavam sobre rios, córregos, lagos ou mar. São as famosas palafitas, comum naquela região.