Apesar dos avanços que garantem praticamente a universalização do acesso à escola para as crianças, os dados da Pnad 2012 mostram as dificuldades de manter adolescentes nas salas de aula.
Na faixa etária de 6 a 14 anos, 98,2% frequentam a escola, aponta a pesquisa. O índice é o mesmo de 2011. Já na faixa dos 15 aos 17 anos, quando os jovens deviam estar cursando o ensino médio, a presença na escola cai para 84,2% da população, um avanço de meio ponto porcentual em relação aos 83,7% do ano anterior. Entre os jovens de 18 a 24 anos, portanto em idade universitária, apenas 29,4% estudam. No ano anterior, eram 28,9%.
“Grande parte dos jovens que não prosseguem no estudo é formada por alunos repetentes que, desmotivados, abandonam a escola antes de completar o ensino fundamental. Outro fenômeno é a baixa atratividade do ensino médio. Há um profundo desinteresse dos alunos no modelo do ensino e por isso se discute muito a reestruturação curricular e a ênfase na educação profissional”, diz a educadora Maria Clara Di Pierro.
De acordo com a especialista, “existe ainda o fato de que na área rural a oferta de ensino médio é irrisória”. “As políticas educacionais não têm sido capazes de ampliar a escola na área rural, mas de transportar jovens para zonas urbanas. Isso compromete o trabalho na agricultura”, acrescenta ela.
O trabalho no campo é uma das razões que levam a Região Sul a ter a maior proporção de jovens de 15 a 17 anos fora da escola, de 18,3%.
Dois em cada dez jovens nessa idade estão fora das salas de aula. O Sudeste tem a maior taxa de população nesta faixa etária que continua a estudar, de 85,8%.
A consequência da saída precoce dos jovens da escola é o ainda baixo nível de instrução da população adulta. Um em cada três brasileiros de 25 anos ou mais (33,5%) não completou o ensino fundamental ou equivalente. Em 2011, eram 31,5%.
Universidade. A boa notícia foi a redução dos adultos sem instrução, que caíram de 15,1% para 11,9%, conforme a amostragem. O porcentual de brasileiros de 25 anos ou mais que concluíram a universidade continua baixo, embora com avanços: passou de 11,4%, em 2011, para 12% em 2012.
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