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Após quase dois meses (53 dias) sem aulas, os alunos da Universidade Gama Filho iniciaram nesta segunda-feira (30) o segundo semestre letivo. Professores e funcionários administrativos decidiram voltar ao trabalho em assembleia na última quinta-feira (26) após a confirmação do pagamento dos salários atrasados de julho e agosto pela mantenedora, a Galileo Educacional.

Nesta manhã, muitos professores ainda estavam sem saber o calendário de aulas. “Os professores não sabiam sua carga horária, alguns não sabiam sequer com que turma iriam trabalhar. As aulas estão voltando de forma muito precária”, disse o presidente do Sinpro-Rio (Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro), Wanderley Quêdo.

Edvaldo Guimarães, presidente do Centro Acadêmico do curso de medicina, ratificou a informação. “Já encontrei muitos alunos sem saber para que sala ir e até professor com sala vazia porque os alunos não foram informados das aulas”, contou o estudante do campus da Piedade, na zona norte do Rio.

As aulas foram retomadas nesta segunda-feira também na UniverCidade, outra instituição de ensino superior mantida pela Galileo Educacional. Essa foi a terceira greve enfrentada pelos alunos apenas em 2013. Juntas as duas universidades têm por volta de 34 mil alunos.

“Havia uma fila gigante de alunos na sala de professores para buscar informações. A gente está perdido. Não sabe se e onde vão ser as aulas”, disse Bruno Amaral, diretor do DCE.  “Os alunos encontraram tudo sujo. Não vi nenhum funcionário da empresa terceirizada que cuida da limpeza”, completou o aluno de administração.

Procurada pela reportagem do UOL, a Galileo Educacional alegou que os problemas operacionais aconteceram em razão do período sem aulas nas instituições. Ainda de acordo com a mantenedora, a partir de terça-feira as questões pendentes relativas à carga horária dos professores e à limpeza das unidades “começam a ser sanadas”.

Segundo a assessoria de imprensa da instituição, as aulas do segundo semestre devem ir até 31 de janeiro de 2014.

Crise da Galileo

crise que atinge duas das maiores redes de ensino superior privado do Rio de Janeiro se agravou em 2012. Na época, o grupo Galileo demitiu 410 profissionais de educação. Muitos dos professores demitidos ainda não receberam o dinheiro referente à rescisão de contrato. Juntas, as duas instituições têm dívidas no valor de R$ 900 milhões, segundo a Galileo Educacional.

Em agosto, o MEC (Ministério da Educação) decidiu suspender a realização de processos seletivos Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade – as duas instituição são mantidas pela Galileo Educacional e ficam no Rio de Janeiro. A suspensão vale para novas vagas, transferências e pós-graduação. 

Há 77 dias, alunos da Gama Filho ocupam a reitoria da instituição. Eles reivindicam a saída da Galileo Educacional do controle da instituição. Uma assembleia para decidir se continuam ou não a ocupação está marcada para a noite desta segunda-feira.