“Escolas, mesmo desorganizadas administrativamente, ainda são um bom negócio”. A frase, dita pelo professor Carlos Monteiro, presidente da CM Consultoria, especializada em planejamento em gestão em ensino superior, reflete como o mercado está vendo as instituições de ensino no País.
Desde a criação da lei que estrutura o sistema brasileiro de defesa da concorrência, em 2011, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou 23 operações de aquisições e fusões de empresas no setor da educação.
Como os processos ocorrem com os valores sob sigilo, não é possível estimar um valor certo sobre o total das transações. Porém, em resposta ao Portal R7, o órgão informou que é obrigatório que empresas notifiquem ao Cade atos de concentração onde um dos grupos envolvidos tenha faturamento anual de pelo menos R$ 750 milhões no ano anterior à operação e o outro grupo, R$ 75 milhões.
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Um dos mais recentes casos de fusão de instituições do País também se torna destaque por criar o maior grupo educacional do mundo. A Anhanguera e a Kroton anunciaram que irão fundir as operações, criando um grupo com valor de mercado estimado em cerca de R$ 12 bi.
A medida ainda será avaliada pelo Cade. Junto a isso, o terceiro maior grupo educacional do mundo, o Estácio, também brasileiro, anunciou recentemente a compra da UniSeb, em um negócio de R$ 650 milhões, aumentando ainda mais o seu valor de mercado.
Em entrevista ao R7, Vic Barros, presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), declarou que as fusões e aquisições de grupos privados de educação no País são avaliadas apenas do ponto de vista econômico.
— O mesmo órgão que regulamenta a fusão de cervejaria está regulamentando a fusão de universidades. Avalia do ponto de vista mercadológico e a gente acha fundamental que seja avaliada também do ponto de vista educacional.
Segundo o Cade, o MEC (Ministério da Educação) pode se manifestar durante os processos no órgão, cabendo a palavra final ao conselho econômico.
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