Em 1998, apenas 13% dos alunos deficientes frequentavam classes regulares no Brasil. A imensa maioria estava em instituições como as Apaes (Associações de Pais e Amigos de Excepcionais) e o Instituto Pestalozzi, especializados no atendimento exclusivo de crianças e adolescentes deficientes.
O caminho aberto por legislações e documentos como o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a Declaração Mundial de Educação para Todos, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) de 1996 e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU (Organização das Nações Unidas) reverteu esse quadro.
Em 2012, dos mais de 820 mil alunos deficientes no Brasil, 75% (620 mil) já estavam em classes regulares, convivendo com alunos sem deficiência, segundo dados do Censo Escolar do Ministério da Educação.
Silvia Ruiz, mãe do autista Tom Ruiz Garcia, de três anos, defende a inclusão, mas cobra qualidade e preparo das escolas para receber os alunos deficientes.
— Para mim este assunto não tem nem discussão. É um direito que toda criança tem e não pode ser negado. O Brasil assinou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, que prevê a inclusão de todas as crianças em escolas regulares.
Ela lembra que a busca para encontrar uma escola que aceitasse seu filho foi difícil.
— Nenhuma escola quer receber uma criança com autismo, ou com qualquer deficiência, porque isso implica em ela ter que se adaptar. Precisa fazer mudanças, mudar a maneira de atender, rever suas políticas internas. A desculpa sempre é a mesma: “Nós não estamos preparados, procura outra escola que esteja”. A escola é obrigada não só a aceitar como dar todas as condições necessárias.
* Colaborou Jéssica Rodrigues, estagiária do R7
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