Classificadas em posições intermediárias na listagem geral do RUF (Ranking Universitário Folha), PUC-SP e Mackenzie saltam para as primeiras posições se considerada somente a reputação dos seus cursos de graduação.
O cálculo é feito com base nas notas recebidas nas duas pesquisas feitas pelo Datafolha para o RUF, com avaliadores do MEC e com empregadores. Elas compõem uma parte do indicador de ensino e o indicador de mercado do RUF.
A PUC-SP aparece em 43º lugar na lista geral do RUF, que analisa as 192 universidades brasileiras partindo de 16 quesitos de qualidade.
A instituição, no entanto, sobe para 6º quando isolados os dois itens referentes à sua reputação no ensino, medida pelo Datafolha a partir da opinião de avaliadores do MEC e responsáveis por recursos humanos de empresas.
Ou seja, a imagem que a universidade passa é melhor do que os dados aferidos, que englobam itens como produção científica e percentual de professores doutores.
O Mackenzie ganha 20 posições quando a análise é restrita à percepção que se tem da instituição. A universidade está em 27º lugar no ranking geral e sobe para 7º em reputação. USP, UFRJ e UFMG lideram as listas geral e de reputação.
INFLUÊNCIA
A análise da reputação das universidades feita no RUF foi inspirada em rankings internacionais consolidados como os britânicos THE (Times Higher Education) e QS.
O primeiro traz desde 2011 um indicador aponta as universidades mais citadas entre os pesquisadores entrevistados. O QS inclui também a opinião de quem contrata sobre as instituições de ensino superior.
Para o THE, a reputação da instituição pode captar qualidades ou defeitos que os números não mostram. Aponta, no entanto, que esse tipo de levantamento está sujeito à subjetividade.
Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp e atual assessor do governo de São Paulo para educação superior, pensa diferente. “A opinião que as pessoas têm de uma instituição também está calcada em fatos. Tradição, políticas de ensino adotadas e performance dos egressos das universidades no mercado de trabalho são levadas em conta”.
BOLA DE NEVE
Em termos práticos, uma boa reputação ajuda a atrair bons alunos e docentes, acredita a pró-reitora de pós-graduação da PUC-SP, Maria Andery. “Cria-se um circulo virtuoso. A boa reputação traz bons alunos, que reproduzem um bom desempenho da universidade”.
Além de capital humano, a instituição se beneficia no momento de fechar parcerias, como ocorreu com a recém-inauguração de três laboratórios dedicados a pesquisas na área da saúde no Parque Tecnológico de Sorocaba (90 km de São Paulo). USP, Unesp e Unicamp devem se unir à PUC-SP nos próximos meses.
Maria também credita, em parte, à boa imagem da universidade a superação da crise financeira de 2006, quando a universidade chegou a dever R$ 107 milhões e cortou aproximadamente 30% de seu quadro.
“A reputação da PUC foi importante nessa crise, no sentido de que os professores lá se mantiveram e a Fundação São Paulo (mantenedora da instituição) se dedicou a tirar a universidade da situação em que ela ficou”, disse.
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