fbpx

O Congresso Todos pela Educação, que começou nesta terça-feira (10) em Brasília, discutiu o ensino médio e a importância da formação profissionalizante para o mercado de trabalho brasileiro.

Só a indústria precisa de 7,2 milhões técnicos. O Pronatec, principal programa de formação do país, já tem 4.184 milhões de matrículas desde 2011. Mas os profissionais mais qualificados levam tempo até chegar ao mercado de trabalho.

Algumas vagas para técnico em detalhamento de projetos, com salário de R$ 2 mil, ficaram abertas por quatro meses na empresa metalúrgica de São Paulo. Não apareciam profissionais com um curso específico em desenho nem prática em projetos. A saída foi treinar profissionais da produção da fábrica. “A gente identifica talentos internamente e faz toda qualificação aqui mesmo”, diz Edilene Gravia, gestora de RH.

Uma das alternativas para diminuir o problema passa por uma reformulação no ensino médio, com mais espaço para a profissionalização. Esse foi um dos temas debatidos no Congresso do Movimento Todos pela Educação. “Se você olhar modelos de educação de outros países com uma intensidade tecnológica na sua economia, Alemanha, França, etc, a parcela de pessoas, de profissionais com formação técnica e tecnológica é significativa. E são mãos-de-obra absolutamente imprescindíveis pra esse tipo de economia”, diz Ricardo Sennes, coordenador do Grupo de Análise Internacional da USP.

O diretor do Senai diz que é preciso acabar com a ideia de que a carreira técnica não compensa. “É sim uma carreira estável, promissora e que os salários evoluem no tempo e são competitivos com a formação de nível superior”, diz Raphael Luchesi.

“A gente precisa aprofundar esse processo porque isso faria com que a gente tivesse mais jovens concluindo a educação básica com ensino técnico profissionalizante e com qualidade, com sentido pra esse jovem que é o mais importante”, diz Priscila Cruz, diretora executiva do Movimento Todos pela Educação.