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BRASÍLIA Redações com erros de acentuação e concordância foram selecionadas pelo Ministério da Educação (MEC) para integrar um guia de orientação aos participantes do próximo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2013). Lançado ontem pelo ministro Aloizio Mercadante, o guia detalha os critérios de avaliação das redações e dá dicas a quem fará o teste em 26 e 27 de outubro. Cinco textos que receberam nota máxima no exame do ano passado são apresentados na íntegra, quatro deles com erros pontuais.

As falhas são apontadas no próprio guia, que analisa cada uma das redações. Numa delas, a palavra “saúde” foi escrita sem acento. Em outra, “espanhóis” também aparece sem acento, embora, nesse caso, a autora tenha grafado a palavra corretamente duas vezes antes de cometer o deslize. Uma terceira redação tem falha de concordância: o verbo “atraiu” foi escrito equivocadamente no lugar de “atraíram”. Em outro texto, a autora usou de forma indequada a palavra “energética”, quando o indicado seria “enérgica”.

Segundo Mercadante, os textos revelam extremo domínio da norma culta da língua portuguesa e das demais competências avaliadas, como a capacidade de articular ideias e defender um ponto de vista. Por isso, receberam a nota máxima de 1.000 pontos.

— No ano passado, havia uma tolerância com o erro, desde que todas as outras condições fossem preenchidas. Agora, só será possível erro se ele for excepcional. Aquela redação mostra que é uma acentuação excepcional, porque escreveu duas vezes de forma correta a palavra, e só numa terceira vez esqueceu a acentuação. E, como não tem nenhum outro erro ortográfico na redação, ela está muito bem feita, isso aqui é o caso-limite — disse Mercadante, referindo-se a um dos textos.

O ministro afirmou que as redações com erros foram incluídas de propósito no guia, com o intuito de mostrar aos participantes o que é tolerado pelo edital. Ele disse que o Enem valoriza a norma culta e que a avaliação será mais rigorosa na edição deste ano. A inserção de trechos indevidos resultará em nota zero. Como revelou O GLOBO, no Enem do ano passado um texto ensinava a preparar um miojo, e outro transcrevia parte do hino do Palmeiras. Mesmo assim, não foram anulados, já que o edital de 2012 não previa esse tipo de medida.

Outra novidade no Enem de 2013 é que o MEC decidiu aumentar o número de profissionais que farão a correção dos textos: de 8,4 mil para 9,5 mil. A decisão foi tomada após uma simulação que mostrou que serão necessários mais corretores, já que um terceiro profissional será acionado sempre que houver discrepância superior a cem pontos nas notas gerais dos dois primeiros avaliadores. Em 2012, esse intervalo era de 200 pontos.

O Guia do Participante — a redação do Enem 2013 lembra que a entrada em vigor do novo acordo ortográfico foi adiada para 2016; assim, os textos poderão ser escritos tanto pelas regras do novo acordo quanto pelas anteriores. Redações com sete linhas ou menos são anuladas.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pelo Enem, vai ampliar as medidas de segurança na elaboração de questões do Enem e demais avaliações, como a Prova Brasil. Em sua nova sede, um andar inteiro deverá abrigar 21 salas com câmeras e dispositivos eletrônicos de acesso, a fim de permitir que mais equipes de especialistas se reúnam para preparar as questões em sigilo.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/enem-2013-mec-vai-tolerar-erros-pontuais-nas-redacoes-9848426#ixzz2e8X74xCa 
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