No Estado de São Paulo há mais de 203 mil presos. Cinco mil estão na região de Bauru, destes apenas 13 cursam uma universidade. Em 85% dos presídios de São Paulo existe um setor de educação. Mas nenhuma oferece ensino superior. Para cursar uma universidade, os presos precisam ser aprovados em um programa de financiamento estudantil do governo, do ProUni (Programa Universidade para Todos), ou pagar uma faculdade particular do próprio bolso.
Três detentos do Centro de Progressão Penitenciária “Professor Noé Azevedo”, de Bauru, fizeram cursinhos preparatórios para o Enem e conquistaram uma vaga na universidade.
Para estudar em regime semiaberto, os presos vão até as aulas monitorados por tornozeleiras. O universitário e detento Reinaldo Cece conta que o objeto incomoda.
— A gente nunca se sente bem com ela. Ficamos um pouco incomodados. Mas vamos tentando driblar os problemas. Vamos vencer.
Cece cumpre pena por tráfico de drogas, mas diz que quer mudar de vida por meio da educação. Ele cursa pedagogia.
— Pode botar fé que daqui a dois anos estou formado. Graças a Deus.
Já o também universitário e detento Alexandre Castro, aos 30 anos está preso pela segunda vez por causa de roubo. No regime semiaberto estuda Recursos Humanos.
— Comecei a me reintegrar de novo com a sociedade, tenho uma oportunidade que é gratuita também de ter uma profissão. E não cometer os erros que eu cometi no passado.
André Oliveira, detento que cursa o primeiro ano de enfermagem afirma :
— Quando a gente está dentro de um ambiente fechado paramos de acreditar em nós mesmos. Mas, depois que a gente começa a criar a nossa força, a força dentro da gente, vemos que podemos mudar nosso futuro sim. Daqui a cinco anos espero estar formado e trabalhando na área. Lembrar do passado somente para seguir o melhor no futuro.
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