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Contrário à Medida Provisória que institui o programa Mais Médicos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) vai iniciar um empreitada contra a medida, apelando para a população, tentando convencê-la de que a ação é negativa. “Vamos lutar, inclusive esclarecendo a população que se trata de uma farsa, que ela é apenas um engodo porque não faltam médicos no Brasil”, afirmou o presidente do conselho, Roberto D’Ávila.

 

Segundo D’Ávila, a conscientização dos médicos se dará por meio de panfletos que serão entregues a pacientes e também de orientação boca a boca nos consultórios e hospitais. Para o presidente do CFM, a MP é “improvisada, eleitoreira, imediatista e populista” e atende a “interesses que serão consolidados em 2014”. “A cada paciente que atendermos, vamos entregar um folheto, vamos orientar, dizer que não é assim que se faz saúde, que isso é fruto apenas de uma maquiagem, ilusionismo para atender interesses que serão consolidados – não espero que aconteça isso – mas serão consolidados em 2014”, afirmou.

 

Segundo o presidente do conselho, os reais problemas da saúde pública brasileira não envolvem a falta de médicos. “Não faltam médicos no Brasil. Falta infraestrutura, falta carreira de Estado, falta respeito à população e a todos os profissionais de saúde”, afirmou.

 

“Não estamos nos defendendo corporativamente, não temos medo de concorrência. O que não gostamos é de ver farsas enganando a população visando interesses pessoais”, afirmou.

 

O presidente do CFM descartou, por quanto, a paralisação dos médicos contra a aprovação da MP. Mas disse que a ideia não está “descartada” se a categoria não for tratada com “respeito” pelo governo.

 

Abaixo-assinado

Ontem, entidades médicas estiveram no Senado para entregar um abaixo-assinado com 42 mil assinaturas contra a MP. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu o grupo e disse, apenas, que o Congresso Nacional vai analisar na sua primeira reunião após o recesso, marcada para 20 de agosto, o veto ao Ato Médico, que restringia a atuação dos profissionais A presidente Dilma Rousseff vetou 10 pontos da lei.

 

Na quarta-feira, 07, o governo teve sua primeira derrota na tentativa de agilizar a análise da MP do Mais Médicos. A bancada médica da Câmara boicotou a reunião de instalação da comissão especial e, sem a quantidade de integrantes necessária para dar início ao trâmite, a reunião foi marcada para a próxima terça-feira, 13.