Centenas de estudantes e professores de universidades públicas venezuelanas participaram de uma passeata nesta quarta-feira (22) até a sede do Ministério da Educação Universitária pelo reajuste nas bolsas e nos salários para enfrentar a alta inflação no país.
“Pedimos um aumento digno do orçamento. Não é digno que os estudantes tenham uma bolsa de 400 bolívares (US$ 63) e que um professor tenha um salário de apenas entre dois mil e sete mil bolívares (entre US$ 317 e US$ 1.100)”, disse a estudante de Medicina da Universidade Central da Venezuela (UCV) Hilda González, ao canal privado Globovisión.
Nos últimos anos, estudantes e professores têm feito diferentes tipos de protesto – de greve de fome a manifestações – para pressionar o governo.
Em 2012, a inflação venezuelana atingiu 20,1%, a mais alta da América Latina. Para este ano, alguns especialistas acreditam que possam chegar a pelo menos 30%, depois de registrar 12,5% apenas no primeiro quadrimestre de 2013.
Oscar Navas, um estudante de Medicina da Universidade de Oriente, com campi em quatro estados do leste do país, denunciou a deterioração das instalações.
Exibindo cartazes com palavras de ordem, os universitários que caminharam da UCV até o centro de Caracas.
Nesta quarta, uma comissão de estudantes se reuniu com o ministro da Educação Universitária, Pedro Calzadilla, que disse ontem ter convocado equipes para analisar os contratos coletivos.
“Em poucos dias, estaremos anunciando ao país uma decisão sobre o aumento salarial, que é uma reivindicação justa”, declarou Calzadilla.
Jovens de outras universidades do país também protestam há dois meses contra os cortes orçamentários que acabaram afetando outras áreas operacionais da Educação.
O novo salário mínimo da Venezuela, em vigor desde 1º de maio, sobe para 2.457,02 bolívares, equivalentes a US$ 390 no câmbio oficial.
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