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Lula falou para a plateia que participava do debate de lançamento do livro

“10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”

 Ricardo Stuckert/Instituto Lula

 

Ex-presidente disse que o que inspirou “ódio” de opositores foi o sucesso de seu governo 
 

Com sua tradicional máxima “pela primeira vez na história desse País”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (13) que seu maior legado enquanto presidente da República foi permitir que o Palácio do Planalto fosse uma casa “de todos”.

— Digo todo dia que se alguém perguntasse qual o legado mais importante que deixei para o País, não falaria do Prouni, do Bolsa Família, do PAC 1, do PAC 2 e da eleição da Dilma. O grande legado é que eu mostrei que é possível um governante governar de forma republicana sem odiar aqueles que lhe odiaram.

Lula falou para a plateia que participava do debate de lançamento do livro “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”, da Boitempo Editorial, organizado pelo cientista político Emir Sader.

Lula afirmou que o que inspirou “ódio” em seus críticos e opositores foi o sucesso de seu governo.

— [Se eu fracassasse] eles falariam bem de mim. Coitadinho do operário, chegou lá, mas ele não tem culpa, ele não estava preparado. Agora quando nós começamos a fazer sucesso é que inspirou o ódio.

O ex-presidente voltou a dizer que tinha consciência de que deveria governar para “todo mundo”.

— A gente não pode gostar do povo só quando é candidato, a gente tem que gostar, sobretudo, quando ganha as eleições.

Lula afirmou que será cabo eleitoral do PT nas eleições do próximo ano. O petista aproveitou para criticar seus antecessores, dizendo que, ao deixar a presidência, fez questão de registrar em cartório um “inventário do governo” com “cada centavo de cada obra”, o que, segundo ele, não foi feito nos governos anteriores.

— Se antes não tiveram coragem de dizer o que fizeram, eu tenho orgulho de dizer cada coisa que eu fiz e cada coisa que eu não fiz.
Lula disse que tinha consciência que estava “de passagem” no Planalto.

O ex-presidente lembrou, sem citar nominalmente, o episódio do mensalão, dizendo que, em 2005, “a elite e uma parte da imprensa apregoava aos quatro cantos do mundo que o governo Lula tinha acabado”.

— Eu disse: não vou fazer como Getúlio [Vargas] e dar um tiro no coração. Eu sinceramente vi o que eles fizeram com o JK [Juscelino Kubitschek].

Lula disse que JK sofreu o mesmo que posteriormente o petista passou quando concorreu à presidência.

— Diziam: não pode concorrer. Se concorrer, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar.