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Alckmin anunciou, nesta semana, a implantação de câmeras de vigilância em mais 597 instituições de ensino

A maioria dos professores da rede estadual de ensino não avalia como eficaz uma das medidas anunciadas na quarta-feira (8) pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para coibir ações violentas nas escolas. Atualmente, 1.577 unidades de ensino e 20 sedes de diretorias da Região Metropolitana já possuem equipamento de vigilância. O sistema será expandido para mais 597 escolas e 8 regionais até o fim deste ano, segundo o governo. Mas, para apenas 4% dos docentes esse sistema de monitoramento reduz de fato a violência.

Os dados fazem parte de pesquisa divulgada nesta quinta-feira (9) pela Apeoesp ( Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). De acordo com o estudo, cerca de 44% dos professores estaduais já sofreram algum tipo de violência nas escolas em que lecionam. As agressões verbais são mais frequentes que as agressões físicas: 39% contra 5%.

A pesquisa foi feita pelo Data Popular, de 18 de janeiro a 5 de março de 2013, com 1.400 professores da rede estadual de 167 cidades de São Paulo. Ela mostra que é alto o porcentual de professores que ao menos já ouviram sobre algum caso de violência nas escolas em que dão aula: 84%. Entre as agressões mais comuns, estão agressão verbal (74%), bullying (60%), vandalismo (53%) e agressão física (52%).

Para 95% dos professores, os alunos são os principais autores dessa violência. Segundo eles, o alunos agressores estão constantemente sob o efeito de drogas (42%), portando armas brancas (15%) e até mesmo armas de fogo (3%). Três a cada 10 professores já presenciaram tráfico de drogas ou alunos embriagados.

As ameaças e os bens danificados pelos alunos são tão frequentes que 39% dos docentes acham comum vivenciar essas situações. Para eles, a falta de educação e de respeito dos alunos é a principal causa da violência nas escolas e os pais são quem melhor podem colaborar na redução dessa violência.

A pesquisa chegou à conclusão de que as escolas com campanha contra a violência têm porcentual menor de agressões: 41% contra 51% onde nunca promoveram campanhas. A cada 10 escolas, quatro não possuem projetos contra a violência. O estudo revela ainda que a ronda escolar é mais frequente no entorno das escolas do centro das cidades (61%) que nas periferias (45%).