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Alagoas é líder em homicídios por arma de fogo, de acordo com o estudo Mapa da Violência 2013, divulgado na noite desta quarta-feira (6). O estado tem 55,3 mortes por 100 mil habitantes. O levantamento avaliou os dados baseados nos crimes registrados até 2010.

Em um período de dez anos, Alagoas deu um salto no ranking, passou da 9ª posição, com um índice de 17,5 mortes, para liderar a lista. O segundo lugar vem do sudeste. O Espírito Santo aparece com 39,4 assassinatos por 100 mil habitantes. A maioria das vítimas são jovens, como mostra a pesquisa: de cada três mortos por arma de fogo, dois estão na faixa dos 15 a 29 anos. A publicação diz que os jovens representam 67,1% dos mortos por arma de fogo.

A pesquisa também aponta Maceió como a cidade mais violenta no que diz respeito a homicídios por arma de fogo em 2010, atingindo o número de 94,5 homicídios. A segunda colocada, a capital paraibana João Pessoa, tem a taxa de 71,6. O estudo revela ainda que os níveis de vitimização por arma de fogo de negros é maior que de outras raças. Existem Unidades da Federação, como Alagoas e Paraíba, onde essa relação chega a ser de 1.700%. 

A publicação mostra que a maior parte dos homicídios resulta da chamada “cultura da violência”. Os dados contrariam a “visão amplamente difundida, principalmente nos meios ligados à segurança pública, de que a violência homicida do país se encontra imediatamente relacionada às estruturas do crime e mais especificamente à droga”.

O levantamento apontou que as maiores causas de homicídios decorreram de motivos fúteis, como “brigas, ciúmes, conflitos entre vizinhos, desavenças, discussões, violências domésticas, desentendimentos no trânsito.”

A impunidade também foi apontada como fator importante, tanto para as mortes de jovens, quanto para a população em geral. “O índice de elucidação dos crimes de homicídio é baixíssimo no Brasil. Estima-se, em pesquisas feitas, inclusive a da Associação Brasileira de Criminalística feita em 2011, que [a elucidação] varie entre 5% e 8%. Esse percentual é 65% nos Estados Unidos, no Reino Unido é 90% e na França é 80%”, disse o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pelo publicação.