Uma pesquisa feita pela área de estudos sobre a violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flasco Brasil), denominada Mapa da Violência 2012, apontou que seis cidades do Alto Tietê apareceram entre as primeiras 300 posições no ranking dos municípios com maior número de homicídios contra mulheres do País, no ano de 2010. O destaque foi para Itaquaquecetuba, que ficou na 10ª posição estadual e na 102ª colocação nacional, entre 5.565 cidades do Brasil (veja quadro na edição impressa).
Segundo o estudo, coordenado pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz, Itaquá, que tem 163.228 habitantes do sexo feminino, aparece no ranking com uma taxa de 8,0 homicídios para cada 100 mil mulheres, o que a colocou como a décima cidade com maior índice deste crime em todo o Estado de São Paulo, perdendo apenas para Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Várzea Paulista, Jaboticabal, Ribeirão Pires, Ubatuba, Caraguatatuba, Presidente Prudente e São Sebastião. Em 2008, foram registrados oito crimes desta modalidade no município. No ano seguinte, somaram 13, mesmo número de 2010 – um aumento de 38,4% em relação ao primeiro ano em que a pesquisa foi feita.
Já Arujá, que de acordo com o Mapa da Violência 2012 possui 37.966 mulheres, aparece na 11ª colocação do ranking estadual com uma taxa de 7,9 homicídios para cada 100 mil. O índice levou a cidade a ficar no 104º posto do Brasil. O município registrou, em 2010, três assassinatos contra o sexo feminino, dois a mais do que no ano anterior, mas obteve essa colocação por conta do valor em relação ao número total de mulheres.
Na sequência vem Poá, com uma taxa de homicídios de 5,5 – 19º estadual e 206º nacional, enquanto que Suzano aparece na 22ª colocação do Estado (218ª posição do Brasil), com uma taxa de crimes desta modalidade de 5,2 para cada 100 mil mulheres.
Em Ferraz de Vasconcelos, em 2010, quatro mulheres foram assassinadas, o que dá uma taxa de 4,6, colocando a cidade no 32º posto estadual e 255º do País.
Por fim, Mogi das Cruzes, segundo a pesquisa, registrou nove homicídios em 2010, 66,6% a mais do que em 2009, quando aconteceram três crimes deste tipo.
As cidades de Santa Isabel e Guararema tiveram registros de homicídios contra mulheres, mas não aparecem no ranking porque o estudo computou apenas os municípios com mais de 26 mil pessoas do sexo feminino. Já Biritiba Mirim e Salesópolis não aparecem com números de óbitos desta natureza em 2010.
Metodologia
A fonte básica para a análise dos homicídios, de acordo com informações do Mapa da Violência, foi o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Vigilância Sanitária em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde.
Segundo o estudo, as armas de fogo continuam sendo o principal instrumento dos assassinatos, tanto femininos quanto masculinos, mas em proporções diversas, sendo mais frequente em crimes contra os homens.
Já outros meios que exigem contato direto, como materiais de perfuração ou sufocação, são mais expressivos na violência contra a mulher, o que pode ser um indicativo de maior incidência de motivos passionais. A faixa etária com maior incidência dos homicídios é a entre 20 e 29 anos e o local mais comum do crime é na residência da vítima. (Sabrina Pacca)
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