– É um estado muito violento. É uma questão de calamidade pública – diz o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, que também vê uma normalização na notificação dos homicídios ao sistema de saúde. – Até a década de 90, tínhamos um problema de subnotificação na Bahia. Ao menos, isso não ocorre mais, o que ajuda no diagnóstico do problema.
Em 2011, foram registrados 4.380 mortes na Bahia, superando os assassinatos registrados no estado de São Paulo, onde foram contabilizadas 4.194 vítimas.
promotora é estuprada
A polícia baiana está à procura da quadrilha que sequestrou uma juíza e uma promotora de Justiça na noite de quinta-feira, no bairro da Pituba, na orla da capital baiana. Elas foram levadas para a periferia, assaltadas e agredidas. A promotora foi estuprada, segundo a polícia.
As vítimas foram abordadas por três homens quando estacionavam o carro próximo a um bar. Depois de rodar com as vítimas pela cidade, os bandidos liberaram a juíza e levaram promotora para uma casa, onde ela foi violentada. Ela só foi liberada na manhã seguinte.
Na semana passada, o coronel da PM Everton Tosta e sua mulher também foram vítimas de sequestro-relâmpago num condomínio do Litoral Norte do Estado. Outro caso que chamou a atenção foi o assalto, na manhã da quinta passada, de um ônibus, na avenida da orla, que transportava turistas do aeroporto para o Centro de Salvador. Os 40 passageiros foram saqueados.
A violência tem sido o principal problema da gestão do governador Jaques Wagner (PT). Ele qualificou o ataque à juíza e à promotora como um “absurdo”, garantindo que a polícia está fazendo de tudo para prender os criminosos.
Dados mais confiáveis
O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, explicou que o fato de o número de assassinatos no último fim de semana na Região Metropolitana de Salvador (25 casos) ter sido maior do que os dados apresentados pela polícia de São Paulo (24) e Rio de Janeiro (12) seria motivado pela melhor eficiência e transparência da coleta e veiculação de dados da Bahia.
– Nossos dados são atualizados a cada 12 horas, e as mortes são notificadas imediatamente após as equipes encontrarem os corpos – disse o secretário, especulando que isso não ocorreria nos outros estados.
Ainda segundo Barbosa, o último fim de semana foi atípico em razão do feriadão.
– A média dos assassinatos nos fins de semana em Salvador e nos 12 municípios da Região Metropolitana é de 14.
O secretário de Comunicação da Bahia, Robinson Almeida, admite que é grave o aumento da violência no estado, mas pondera que o governo não tem medido esforços para enfrentá-lo. Ele conta que o poder público criou “Pacto pela vida”, plano que reúne órgãos do Estado, Judiciário e Ministério Público cuja função é acompanhar a questão da criminalidade e agilizar o combate, avaliando quinzenalmente a evolução dos números.
Almeida destaca também a implantação de dez bases comunitárias em bairros considerados violentos, a transferência de chefes de quadrilhas para presídios nacionais e a desarticulação de bandos de roubos a banco como providências do estado. Ele atribui os últimos casos de violência como “pontuais”.
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