Uma passeata pelo fim da violência contra a mulher reuniu, ao longo do trajeto pelo Centro de Curitiba, cerca de mil pessoas na manhã deste sábado (24). A iniciativa é do Projeto Raabe, que organiza o ato “Rompendo o Silêncio” em vários estados do Brasil.
Apesar da chuva, os manifestantes percorreram a Avenida Sete de Setembro, a ruas Brigadeiro Franco, André de Barros e Desembargador Westphalen segurando cartazes que pedem o fim do silêncio e a denúncia dos casos de violência, seja física, psicológica ou moral.
O trânsito foi interrompido no sentido Centro/bairro na Avenida Sete de Setembro, entre as praças Eufrásio Corrêa e Oswaldo Cruz. Nas demais ruas, o trânsito fluiu em duas vias, e uma delas foi destinada à passeata, que teve apoio da Secretaria de Trânsito (Setran).
A caminhada ocorre um dia antes do Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, que será comemorado neste domingo (25). De acordo com uma das coordenadoras do projeto no Paraná, a dona de casa Yara Fagundes, o objetivo é a conscientização sobre quais são os direitos da mulher agredida e como buscar ajuda.
A passeata também quer esclarecer que a agressão atinge não apenas a mulher que apanha, mas também os mais próximos a ela, influenciando na forma como as mulheres como um todo são vistas e tratadas pela sociedade. “A violência doméstica é uma violência que não atinge só a mulher. Ela atinge a família – os filhos, o marido — e a sociedade. De uma forma ou de outro, todos nós somos vítimas”, diz Yara.
A violência doméstica é um problema que tem preocupado o Brasil. De acordo com o último Mapa da Violência, publicado este ano, 67% de todos os 43 mil casos de assassinatos de mulheres ocorridos no país entre 1980 e 2010 foram praticados por maridos, namorados e ex-companheiros das vítimas.
O Brasil é o sétimo país mais violento do mundo para as mulheres, numa lista de 84. Hoje, a taxa é de 4,4 mortes para cada 100 mil mulheres.
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