fbpx

Centenas de mulheres que passaram nesta segunda-feira (26), pelo calçadão da João Pessoa com Rua Geru puderam apreciar o ato pelo Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher promovido pela Central Única dos Trabalhadores(CUT) que reuniu diversas organizações e sindicatos, como o Sintese, Sintufs e o Levante Popular da Juventude(LPJ).

O ato encabeçado pelas mulheres cutistas levou para a população diversos dados importantes para o combate a violência sofrida pelas mulheres, onde segundo o Mapa da Violência de 2012 a cada cinco minutos uma mulher é agredida no país. Ainda que 70% das agressões acontecem em ambiente doméstico e 80% dos casos de agressões são praticadas pelo marido, companheiro, namorado ou ex-namorado.

Para fortalecer o combate à violência é que a deputada estadual Ana Lúcia(PT) criou a Lei Estadual 5.494 de 23 de dezembro de 2004 que cria o procedimento de Notificação Compulsória da Violência contra a Mulher atendida em Serviços de Urgência e Emergência públicos e privados de Sergipe.

Com o objetivo de angariar apoio da população a lei tem como objetivo monitorar o perfil da violência, prevenir e erradicar essa violência, foi passado um manifesto de apoio para que os cidadãos contribuíssem com a sua manifestação.

Apesar da Lei Maria da Penha, sancionada pelo ex-presidente Lula, e pela condenação de 12.000 anos, as estatísticas de violência só crescem.

“É um ato onde mostra a insatisfação     de vários segmentos sobre o que aconteceu com   a mulher, apesar da Lei Maria de Penha muitas mulheres ainda não tem coragem e denunciar”, frisou Antônio José vice-presidente do Sintufs.

Ana foi ao calçadão e refletiu sobre os tipos de violência que a mulher tem sofrido, além da importância da divisão de tarefas domésticas, sendo essa uma das formas de superação dessa bárbarie.

“Não somos objetos de cama, não somos objetos de mesa, cuidar dos filhos não é apenas uma tarefa das mães, mas também dos pais, a paternidade é tão importante quanto a maternidade, cozinhar não é apenas tarefa de mulher, é preciso que os homens também vejam a importância de se aprender, essa prática que é essencial para a sobrevivência. As mulheres não podem ser mais vistas enquanto propriedade de seus companheiros, elas precisam lutar para a superação”, declarou Ana.

O Coletivo de Mulheres do Sintese esteve presente, representado pela professora Claudia Barreto, que levou as bandeiras defendidas pelo grupo, como o aumento de creches e com horários que coincidam com o expediente de trabalho das mães.

Para ela professoras e mães podem cumprir para diminuir as estatísticas de violência a partir de práticas educativas que estimulem o respeito e a igualdade entre meninos e meninas.

 “Em casa e na escola é que podemos fazer o debate e mostrar a importância dessa igualdade, que os filhos e alunos podem sim ajudar nos afazeres de casa”, afirmou.

A militante do LPJ, Larissa Alves, enfatizou a importância do ato em prol do 25 de novembro, além de afirmar os avanços da Lei Maria da Penha para que a mulher possa se desvencilhar da violência.

 “Esse ato no centro é necessário, pois dialogamos diretamente com as mulheres da classe trabalhadora, essas que dificilmente conhece seus direitos, conhece as leis, e muitas lidam com a violência de seus maridos ou companheiros”, assegurou a militante.

Ainda ao longo do ato a presidente do Sintufs e também da Secretaria de Mulheres da CUT,

Edjanária Borges leu os dados da violência contra a mulher e motivou a população a usar o microfone aberto com mensagens que rechaçasse a prática de violência contra as companheiras.

“A violência é um mal que atinge as mulheres indistintamente, independente de classe social, de raça, tipo de credo, então é um problema que muitas mulheres vivenciam, então nós estamos hoje aqui para levar o conhecimento para a população de que nós estamos no combate e encorajando as mulheres para que elas não se calem nessa situação de risco e de sofrimento que muitas passam não só no Brasil como no mundo”, alertou Edjanária.

Por  Laila Oliveira