O Estado enfrentou mais um fim de semana violento entre sexta (9) e domingo (11). Em dois dias foram assassinadas 15 pessoas no Estado, sendo oito somente na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV). A violência em 2012 deve manter o Estado com taxas altas de homicídios e na vice-liderança nacional de mortes violentas. O ano de 2012 deve terminar com taxa aproximada de 47 homicídios para cada 100 mil habitantes, enquanto 2011 fechou com 48,5 homicídios por 100 mil.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que o Espírito Santo apresentou taxa de 44,8 homicídios dolosos a cada 100 mil habitantes em 2011, enquanto São Paulo registrou 10,1 homicídios por 100 mil, ou seja, a chance de morte violenta no Estado é quatro vezes maior do que em São Paulo.
Considerando que São Paulo vive uma situação excepcional, com o aumento de casos de homicídios direcionados a um segmento específico da população (policiais), as taxas de 2012 devem sofrer alteração em relação à queda significativa ano a ano, até 2011.
De acordo com o Mapa da Violência 2012, São Paulo baixou a taxa de homicídio de 42,2 por 100 mil em 2000 para 13,9 em 2010 (queda de 67% em 10 anos). O Espírito Santo, em contrapartida, passou de 46,8 em 2000 para 50,1 em 2010, chegando a atingir 57,3 homicídios por 100 mil habitantes em 2009.
Esta redução que se observa em São Paulo mostra como a mudança de mentalidade pode manter baixos os índices. Com esta nova onda de violência, que já registra mais de 90 policiais mortos – com suspeita de ter sido iniciada por uma operação da Rota, a tropa de elite da Policia Militar daquele Estado, em maio deste ano – existe uma pressão tanto da sociedade civil, quanto da imprensa e um esforço dos governos estadual e federal para que os homicídios cessem.
Já no Espírito Santo, os altos índices de homicídios, mantidos durante mais de uma década, mostram que, além da falta de investimentos em segurança pública por quase todo esse tempo, também existe a banalização da violência. Em dois dias foram 15 mortes no Estado e a projeção diária é de quase cinco mortes por dia até o fim do ano.
No entanto, no caso do Estado a violência não choca com a mesma intensidade que em São Paulo, já que ocorre primordialmente nas periferias da Grande Vitória e atinge, em maioria a juventude negra e pobre, sem acesso a uma política pública de promoção da dignidade ampliada e universal desde o momento do nascimento.