A Promotoria de Justiça idealizou um Mapa da Violência contra a Mulher em Cuiabá. O levantamento lista os bairros da capital com os maiores índices de agressão contra o gênero feminino. De janeiro de 2011 a setembro deste ano, a Promotoria de Justiça de Violência Doméstica registrou 2.488 agressões. Os quatro bairros que lideram o levantamento são Pedra 90 (149 casos), CPA (124), Altos da Serra (66 casos) e Doutor Fábio (55 casos).
Dados da Polícia Civil apontam que só em 2012, 30 mulheres foram assassinadas em Cuiabá e Várzea Grande, na região metropolitana. Seis desses crimes aconteceram na capital apenas no mês passado. Em todos os casos, os suspeitos tinham algum envolvimento amoroso com as vítimas.
“Os crimes de maior ocorrência são os de ameaça e lesão corporal. O crime de ameaça ainda é, infelizmente, condicionado à representação da vítima. Mas o de lesão corporal desde fevereiro está incondicionado”, explicou a delegada da Mulher, Cláudia Maria Lisita.
Uma das vítimas da violência doméstica é uma cuiabana que tem medo de ser identificada. Cansada de tanta violência, ela se separou, mas mesmo assim não teve sossego. Agora, ela disse que sofre ameaças de morte. “Ele (marido) continuava me perseguindo. Da forma que ele conseguia, ele fazia isso. Sempre deixando eu saber que eles estava fazendo isso para que eu tivesse medo de fazer qualquer coisa”, afirmou.
Para a presidente do Conselho Estadual da Mulher, Rosana dos Santos Leite, a mulher precisa ser encarada com outro olhar por toda a sociedade. “A sociedade precisa entender que a mulher não é objeto. Nós precisamos impingir esse valor na cabeça dos homens e de toda sociedade”, ressaltou.
A professora do Núcleo de Estudos sobre a Mulher da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Madalena Rodrigues, salienta que o registro dos casos só será menor quando houver um trabalho de conscientização. “A mulher tem que entender que ela tem a sua inteligência, a sua capacidade. O homem tem que entender que a mulher é uma parceira, uma companheira. A mulher não é um apêndice e nem propriedade dele”, destacou.
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