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Brasília – Os ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral a Presidência, e a ministra chefe da SEPPIR, Luiza Bairros, defenderam que a Polícia mude a forma de abordar negros, no Brasil. “A forma de a polícia abordar o homem branco e negro é diferenciada. É preciso que haja uma reeducação da Polícia Militar e Polícia Civil para mudar o padrão de abordagem, que já chega suspeitando que o negro é bandido”, disseram.

Carvalho e Bairros denunciaram o tratamento diferenciado que a Polícia dedica a negros, ao falar do Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra, no Programa “Bom Dia Ministro”, da TV NBR, que é controlada pelo Governo Federal. O Plano tem como objetivo a redução dos índices de homicídios de negros, considerados extremamente altos.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 53% dos homicídios no Brasil são de jovens, dos quais 75% são negros, do sexo masculino e de baixa escolaridade. Em relação a jovens brancos os números caíram de 9.248, em 2000, para 7.065, em 2010. Em relação aos homicídios de jovens negros, cresceram de 14.055 para 19.255 no mesmo período.

Mapa da Violência

De acordo com o Mapa da Violência 2012, a soma de todos os mortos em conflitos armados em um conjunto de dez países, entre os quais estão Iraque, Índia, Israel e Afeganistão, é menor do que o total de homicídios ocorridos no Brasil no período de 2004 a 2007. Nesses países ocorreram 147.373 contra 157.332, no Brasil. 

A primeira etapa do Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra será feita em Maceió porque a capital de Alagoas ocupa a primeira posição entre os 132 municípios que concentram 70% dos homicídios registrados no país.

“O que tem que fazer é um trabalho na linha do racismo institucional, verificar como determinados estereótipos e preconceitos racistas acabam determinando a forma como eles abordam diferentes tipos de população, e no caso da juventude negra, existe sempre uma tendência de associar o jovem negro ao bandido, ao criminoso”, disse a ministra.

Criminalização

Bairros também enfatizou a importância de não se criminalizar expressões culturais de jovens negros como o funk, o reggae e o hip hop.

O Plano será desenvolvido em conjunto pelos Ministérios da Cultura, Educação, Saúde, Trabalho e Esporte e será voltado para jovens em idade de 15 a 29 anos, em bairros com predominância da presença negra. “Tudo será ancorado em um processo de mobilização das redes de juventude onde se privilegia o protagonismo juvenil”, concluiu Bairros.