As autoridades de segurança pública se reúnem, traçam estratégias e reforçam os efetivos policiais, mas, na prática, os resultados ainda são tímidos. O rastro da violência nos estádios de futebol segue se propagando em todo o País a cada dia.
Um levantamento feito pelo O POVO mostra que, além do Ceará, pelo menos 11 estados brasileiros conviveram fortemente com o vandalismo de torcidas organizadas este ano. Um cenário para lá de negativo, tendo em vista que, nos próximos dois anos, o Brasil vai ser o centro das atenções do mundo esportivo, ao sediar a Copa do Mundo e a das Confederações.
São Paulo é o campeão de ocorrências. A maioria delas concentrada na Capital, envolvendo facções de Corinthians, Palmeiras e São Paulo, mas se estendendo para o interior, sobretudo em Campinas, onde a rivalidade entre Guarani e Ponte Preta é marcada por conflitos, brigas e muitas mortes. O Ministério Público nesses estados têm tentado coibir os atos de vandalismo aplicando suspensões e, em alguns casos, banindo organizadas.
CADASTRAMENTO
A demora no repasse dos cadastros dos membros torcidas organizadas é apontada como um dos fatores que impedem a condenação dos infratores. Para o promotor de Justiça de Goiás, Murilo Morais, a identificação biométrica dos torcedores é um dos caminhos para colocar, de vez, um ponto final na impunidade.
O programa Torcida Legal, do Ministério do Esporte, prevê a implantação desse projeto, mas ainda sem prazo de execução. “Houve um atraso na transição de ministros e ainda estamos aguardando”, lamenta o promotor.
Em Fortaleza, o comandante da companhia de policiamento de eventos da PM-CE, major George Benício, defende um tratamento mais rígido com os “pseudo torcedores” que usam o futebol para atos de vandalismo.
“Tudo que estamos vendo está sendo relatado ao Ministério Público. Foi firmado um acordo entre PM, várias instituições envolvidas na segurança e as torcidas organizadas. Baseado nesse nosso acordo, agora está na hora de ter um tratamento mais rígido. Não adianta apenas a Polícia estar montando estratégia. Se pega um, dois, três ou quatro e continua do mesmo jeito”, finalizou o major.
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