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Pouco mais da metade dos homicídios registrados no Brasil – 53% – atinge pessoas jovens, das quais mais de 75% são negros (pretos e pardos), de baixa escolaridade. Os homens predominam entre as vítimas. Os dados são do Ministério da Saúde e levaram o governo federal a lançar, nesta quinta, 27, o Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra.

A Bahia repete o quadro nacional. O percentual de homicídios somando-se pretos e pardos cresceu 263,4% entre 2002 e 2010. As ocorrências de mortes afrodescendentes saltaram de 1.282 para 4.659 assassinatos, informa o Mapa da Violência 2012. No mesmo período, as mortes de brancos subiram 145,9%, de 137 para 337 casos.

Ainda segundo o Mapa da Violência 2012, a Bahia é o Estado que lidera o ranking nacional de homicídios de jovens com idades entre 15 e 24 anos e o maior índice de crimes contra negros.

O Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra foi lançado nesta quinta, pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Seppir),  em Maceió. A capital alagoana tem uma das maiores taxas de mortes de jovens negros no país. 

Segundo a ministra Luiza Bairros, titular da Secretaria de Políticas Públicas para a Igualdade Racial (Seppir), a intenção é levar o programa aos 132 municípios mais violentos do País, incluindo os da Bahia.

A ação consiste em adotar medidas de ensino em período integral, criação de espaços culturais em áreas violentas, estimular o empreendedorismo juvenil e capacitar as forças policiais para lidar com jovens negros.

“Por ser um Estado menor, Alagoas facilitaria a mensuração dos resultados. A partir das observações, vamos levantar o que deu certo e o que precisa ser corrigido para, então, levar o programa a outras cidades”, explica Bairros.

Bahia – No âmbito local, o governo do Estado aplicou política semelhante com a implantação das Bases Comunitárias de Segurança, criadas para levar os serviços públicos a locais com histórico de violência.

Escolhida para ser o piloto, a comunidade do Calabar recebeu a primeira das bases, em abril de 2011. Segundo a comandante da unidade, capitã PM Maria Oliveira, em um ano e cinco meses de operação houve um homicídio.

“Quando assumimos, entre janeiro e março de 2011, já haviam ocorrido cinco mortes”, disse. Para ela, a presença da polícia proporcionou a reforma de escolas e creches, do posto médico e de uma quadra de esportes.

Na base, são realizados cursos profissionalizantes de pedreiro, garçom, recepcionista, técnico em enfermagem, dentre outros.