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No Estado, a taxa projetada para 2012 é de 8,4/100 mil, contra 4,6 da taxa média nacional de 2010

 

Diariamente a mídia impressa dedica uma página inteira ou mais, dependendo do número de casos, na editoria de Polícia, para noticiar casos de agressão física ou até mesmo de assassinatos de mulheres. De fato, o Estado se tornou um lugar de risco para mulheres, seja para aquelas que são agredidas pelos pais, padrastos, companheiros ou namorados; ou para aquelas que morrem pelas mãos deles ou por envolvimento com o tráfico de drogas. 
 
De janeiro a agosto de 2012, o Estado registrou 110 homicídios de mulheres. Embora tenha havido redução de 3,5% no número de homicídios em relação ao mesmo período de 2011, os números ainda elevam a taxa para níveis acima da média nacional. 
 
Tomando como base os 110 homicídios registrados até agosto e calculando-se a taxa de mortes violentas por grupo de 100 mil habitantes se chega à taxa aproximada de 8,4 homicídios de mulheres por grupo de 100 mil para o ano de 2012. O Mapa da Violência 2012 – Homicídio de Mulheres no Brasil coloca o Estado em primeiro lugar em homicídios de mulheres.
 
A taxa do Espírito Santo, segundo o Mapa da Violência 2012 (que tem como base o ano de 2010), é de 9,8 homicídios de mulheres por 100 mil habitantes. A taxa média do País é de 4,6 mortes por 100 mil. Além disso, caso a taxa de homicídios de mulheres fique em torno de 8,4 mortes por 100 mil, o dado ainda não expressa redução significativa, já que ainda é quase o dobro da registrada no País.
 
Comparando com os outros estados da região Sudeste, a taxa de homicídios de mulheres registrada no Estado, por exemplo, é mais que o triplo da de São Paulo: 3,2 por 100 mil habitantes. 
 
O Rio de Janeiro também tem menos da metade da taxa registrada no Espírito Santo, com 4,1 mortes violentas de mulheres por 100 mil habitantes, mesma taxa registrada por Minas Gerais. 
 
Violência no interior
 
No interior do Estado, a taxa de letalidade de mulheres também é elevada, acompanhando os índices estaduais. Naqueles municípios em que as taxas de homicídios são altas, as mortes violentas de mulheres também acompanham a tendência de alta. 
 
O município de Pinheiros, no norte do Estado, é um exemplo de cidade que se destaca pelo alto número de homicídios em detrimento baixo contingente populacional. Com menos de 24 mil habitantes, de acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município já registrou 20 homicídios no total nos oito primeiros meses de 2012, sendo duas mulheres.     
 
A taxa aproximada de homicídio para 2012 em Pinheiros chega a 126 mortes por 100 mil. Já entre as mulheres pode ficar em 27 por grupo de 100 mil. O que acontece em municípios próximos às divisas com outros estados é o fenômeno da população flutuante. Nestes municípios, com economia baseada na agricultura, é comum a chegada de pessoas que atuam em colheitas pontuais e permanecem após o período. O desemprego associado a outros problemas sociais acabam impulsionando essas taxas para cima.
 
Dos municípios da Grande Vitória, a Serra se mostra arriscado para mulheres. Naquele município foram registradas 22 mortes violentas de mulheres entre janeiro e agosto deste ano. A taxa estimada para o ano de 2012 chega a 15 homicídios por 100 mil. Já Vila Velha registrou 18 mortes de mulheres nos oito primeiros meses do ano, o que leva a uma taxa estimada de 12,5 homicídios por 100 mil. A Serra é também o líder de homicídios na Grande Vitória, registrando 242 homicídios nos primeiros oito meses do ano.
 
Em Colatina, no noroeste do Estado, dos 23 homicídios registrados entre janeiro e agosto, quatro foram de mulheres, o que se configura em número alto para o município. A taxa estimada para aquele município chega a 10,5 homicídios de mulheres por 100 mil. Os municípios-polo do interior do Estado também registram altas de homicídios de mulheres. Em São Mateus, no norte do Estado, por exemplo, a taxa estimada para 2012 é de 12 mortes violentas de mulheres por 100 mil, superior à do município de Cariacica, com aproximadamente 10,1 homicídios de mulheres por 100 mil. 
 
A taxa prevista para São Roque do Canaã, na região serrana é de 55 homicídios de mulheres por grupo de 100 mil. Esta taxa se apresenta elevada por conta da população local, de pouco mais de  11 mil habitantes, sendo cinco mil mulheres, mas não é possível afirmar que o município esteja, de fato, em uma escalada de homicídios ou que que os dois homicídios de mulheres cometidos entre janeiro e agosto sejam eventos isolados. 
 
No entanto, como a população desses homicídios é pequena, a ocorrência de homicídios – principalmente o de mulheres – se torna fato atípico, contribui para a elevação da taxa. 
 
Na Capital Vitória a taxa de homicídios de mulheres prevista para 2012 deve ficar em 6,9 mortes violentas por grupo de 100 mil. Foram registrados oito homicídios entre janeiro e agosto deste ano, um a mais do que no mesmo período de 2011. Vitória está entre as três cidades que mais preenchem denúncias na Central de Atendimento à Mulher – Disque 180. 
 
De acordo com o Mapa da Violência 2012, Vitória é a capital com maior taxa de homicídios de mulheres, com 13,2 mortes por 100 mil. Os dados do levantamento são referentes ao ano de 2010. A taxa registrada está muito acima da taxa das capitais, que ficou em 5,1.