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O emblemático estupro coletivo ocorrido na cidade de Queimadas assim como as estatísticas estarrecedoras que colocam a Paraíba como o 7º Estado da Federação em assassinatos de mulheres, atraíram a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga a violência contra as mulheres no Congresso. Presidida pela senadora Ana Rita, e tendo como membros a deputada paraibana Nilda Gondim, e o deputado Dr Rosinha, a comissão passou todo o dia de hoje na cidade de Queimadas. Pela manhã, os membros da comissão fizeram uma série de visitas aos familiares das vítimas do crime brutal. 

As atividades foram seqüenciadas no Fórum Dra. Amarília Sales de Farias, onde aconteceram oitivas com a Delegada Cassandra Maria Duarte, o Promotor de Justiça Márcio Teixeira e com a Juíza Flávia Batista e outras autoridades. Os membros da CPMI ouviram relatos do andamento do processo e tiveram acesso a informações relacionadas a toda investigação.

A Paraíba foi o 10º estado brasileiro visitado pela Comissão. Após a audiência, a senadora Ana Rita revelou que  assim que tomou conhecimento do crime, a comissão se prontificou em dá uma atenção especial ao caso. Os parlamentares também se colocaram a disposição do Ministério Público e da Justiça para dá qualquer contribuição que venha garantir que a Justiça seja feita.

Instalada no começo deste ano, a CPMI segundo ela, tem procurado fazer um levantamento do mapa da violência praticada contra a mulher no país. Na visita a Paraíba, a senadora Ana Rita revelou que o diagnóstico preliminar revela dados preocupantes. Em muitos estados segundo ela, as instituições não estão funcionando bem, impedindo assim, que os culpados pelos crimes sejam punidos.

A senadora Ana Rita, assim como a deputada Nilda Gondim e o deputado Dr Rosinha, defendem que o caso de Queimadas não fique impune. Eles cobram da Justiça, celeridade para que os culpados sentem no banco dos réus. “Foi um crime emblemático que não pode ficar sem punição”, afirmou a senadora.

Ana observou que a missão da CMPI na Paraíba é saber como o Estado está atendendo as mulheres em situação de violência, em especial, a violência doméstica e familiar. Ainda sobre o caso de Queimadas, a senadora disse que ficou triste e chocada com a forma como o crime aconteceu. “Mas nós podemos perceber ao conhecer o processo, de que o processo foi bem instaurado e a parte de investigação muito bem feita, e no tempo razoavelmente bom”, afirmou.

O deputado Rosinha disse que ficou estarrecido com a forma brutal como as mulheres foram estupradas em Queimadas e reafirmou que na condição de membro da CMPI vai cobrar que os culpados sejam punidos. “Foi uma barbaridade. Um crime que chocou o Brasil”, disse.

Responsável por articular a vinda da CPMI para a Paraíba, a  deputada Nilda Gondim, a garantiu que Comissão cumpriu o seu papel, já que se abasteceu de informações em torno do crime bárbaro que deixou várias famílias em luto. “Foi importante. A vinda da CPMI foi muito esclarecedora, porque alem de gente ter conversado com as famílias das vítimas, vimos que a polícia e sistema judiciário agiram bem”, disse. A deputada não tem dúvida de que os envolvidos no crime serão punidos na forma da Lei. Ela se comprometeu em articular a Comissão para acompanhar o caso até o fim.

A violência em números – Dados apresentados por meio do Mapa da Violência elaborado pelo Instituto Sangari e o Ministério da Justiça onde revela que a Paraíba é o sétimo Estado da Federação em assassinatos de mulheres. Este ano 86 mulheres foram assassinadas no Estado. Os dados colocam João Pessoa como a segunda cidade onde mais mulheres morrem assassinadas.