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A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, viajará ainda nesta terça-feira ao Rio de Janeiro para discutir com as autoridades locais a recente chacina de seis adolescentes na Baixada Fluminense. A ministra falou sobre a viagem durante audiência pública no Senado. Ela declarou que “é impossível continuar a conviver com os índices de mortalidade juvenil do País”.

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Maria do Rosário também lembrou que, nos últimos 20 dias, três adolescentes foram mortos em um centro de internação de menores infratores em Brasília. Tanto no caso do Rio de Janeiro como no de Brasília, a suspeita é que traficantes de drogas sejam os responsáveis pelos assassinatos. “O Brasil não pode permanecer criminalizando sua juventude. Não podemos mais ter chacinas como se os jovens das periferias não tivessem direito à vida, como se eles nos ameaçassem simplesmente pelo fato de existirem.”

A ministra também disse que “o País não pode continuar sob o marco – no âmbito das polícias e das unidades socioeducativas – de manuais que foram produzidos durante a ditadura militar, que viam os jovens negros e pobres como ameaça à segurança do País”.

Ela lembrou ainda que a violência aparece como a principal causa de morte entre jovens brasileiros. Dados do Mapa da Violência 2012 indicam um aumento de mais de 340% na mortalidade de adolescentes nas últimas três décadas. “A violência contra a juventude é uma violência contra todos nós. Estamos comprometendo uma geração com tamanhos índices de violência”, disse.

“Conversei agora com o governador do Rio, Sérgio Cabral e ele me garantiu que todas as providências para identificar os responsáveis por essa chacina estão sendo tomadas”, completou. A ministra comentou ainda a morte de três adolescentes dentro da Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), antigo Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), em Brasília. Segundo ela, a situação no local foi apontada, já em 2006, como muito grave.

“Não é recurso que está faltando nesse momento. Queremos que sejam tomadas iniciativas. Estou em contato permanente com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Certamente, isso precisa ser investigado, mas essas vidas não voltam. Quando tratamos da mortalidade juvenil, seja dento de uma unidade como o Caje, seja no Rio de Janeiro, temos que trabalhar permanentemente com a prevenção, destacou.