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Durante a 3ª sessão pública da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga as causas da violência contra jovens em Maceió, o sociólogo e autor do estudo Mapa da Violência Julio Jacobo Waiselfis atribuiu a responsabilidade pelo elevado índice de violência registrado em Alagoas às falhas do poder público, que tem deixado, segundo ele, de punir aqueles que cometem crimes. A sessão foi realizada na manhã desta quarta-feira (29), na Câmara de Vereadores.

“O Mapa da violência é um ‘termômetro’ da situação da sociedade. Sei quais são os municípios que estão com ‘febre’ devido aos altos índices de violência, e no estudo aponto algumas causas. Uma delas é a impunidade. Nunca se viu tamanho nível de impunidade como agora”, disse Julio Jacobo acrescentando que o despreparo da polícia é outro fator que explica o elevado número de atos violentos.

O sociólogo é o responsável pelo estudo “Crianças e Adolescentes do Brasil”, publicado este ano, que mostra que no período de 2000 até 2010 Maceió pulou da 10ª para a 1ª posição no ranking das capitais mais violentas do país, superando cidades que possuem uma população bem maior como Salvador e Rio de Janeiro, que figuram, respectivamente, na 4ª e 23ª posições.

O presidente da CEI da Violência, vereador Ricardo Barbosa (PT), afirma que a participação do sociólogo é de fundamental importância para entender o fenômeno da violência na sociedade. “Estamos mostrando que queremos e vamos apresentar resultados. Nosso objetivo é, por meios de dados fundamentados, sugerir ações que beneficiem a população de Maceió. Daí a importância do professor Julio Jacobo”, afirma Ricardo Barbosa.

O coordenador jurídico da CEI, Pedro Montenegro, acrescentou que os dados apresentados nos estudos do Mapa da Violência mostram a necessidade de ações de prevenção. “A atividade repressiva já está sendo feita pelo Plano de Segurança que está em prática no nosso estado. Agora, resta as ações preventivas, e o relatório final que essa CEI vai apresentar vai caminhar nesse sentido”, disse.