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A Comissão Especial de Inquérito sobre a Violência, a CEI da Violência, ouviu, nesta quinta-feira (29), o organizador do estudo denominado Mapa da Violência, Julio Jacobo Waiselfifz. O sociólogo, que elabora o relatório há mais de 15 anos, reportou-se, desta feita, ao alto número de negros assassinados no Estado, destacando que é preciso reforçar as políticas públicas em regime de urgência para se reduzir o índice. 

De acordo com Waiselfifz, o número de pessoas brancas mortas foi reduzido, de modo que, para cada branco executado, 20 negros são vítimas do mesmo crime. “Além disso, em relação aos jovens, são 100 homicídios para cada 100 mil adolescentes. Já quanto às crianças, são 30 a cada 100 mil. No total, são 70 vítimas também a cada 100 mil”, revelou. 

O especialista afirmou ainda que este índice ‘pulou’ apenas nos últimos oito anos, invertendo a situação de violência nos estados e colocando Alagoas no topo da criminalidade. “Já Rio de Janeiro e São Paulo, antes os estados mais violentos, hoje estão na parte de baixo da tabela”, explicou. 

Para o sociólogo, a denominada ‘epidemia de violência’ é desencadeada pela falta de políticas públicas e de um ordenamento entre Executivo, Legislativo e Judiciário. “A solução é organizar esse aparato estadual. Enquanto isso não acontecer, tais índices só tendem a piorar”, acrescentou. 

O Mapa da Violência elaborado por Julio Jacobo é feito, segundo o sociológo, a partir de um único instrumento oficial, a certidão de óbito. “Todas as estatísticas são levadas ao sistema de informação de mortalidade do Brasil. Desta forma, mapeia-se a violência”, revelou o estudioso, reforçando que o documento é um ‘termômetro, não um diagnóstico’, de modo a refletir a realidade ‘nua e crua’.