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A vinda do sociólogo argentino, Julio Jacobo Waiselfisz, que é coordenador da área de estudos sobre a violência da Faculdade Latino – Americana de Ciências Sociais e dos Mapas da Violência (FLACSO) trouxe algumas contradições no que diz respeito aos dados que identificam o início da insegurança em Alagoas.

Na manhã desta quarta-feira (29), Jacobo esteve presente na Câmara Municipal de Maceió para prover uma palestra na CEI da violência, e trazer a documentação sobre o Mapa da Violência no Estado. Em entrevista coletiva à imprensa ele afirmou que a criminalidade surgiu no ano de 2000 em estados como Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte – locais antes considerados com baixo índice de falta de segurança. Já o estudioso, Carlos Martins, que foi vítima de um “equivoco” da polícia alagoana informou em entrevista ao portal Correio de Alagoas que o Estado tem deixado de cuidar da sociedade desde a década de oitenta. “eu acredito que o problema é de ordem estrutural. Se você pegar o mapa da violência pode perceber o aumento no número de homicídios. É uma cadeia ascendente iniciada em 1980 e que vai até este ano.”

Segundo Waiselfisz os fatores responsáveis pelo avanço dos assassinatos em AL se devem ao crescimento econômico e o surgimento de polos industriais no interior. Ao ser questionado acerca de uma possível má gestão o professor foi categórico “Não tem relação com partido político e sim com o Estado enquanto federação que não tem recursos para enfrentar as novas modalidades de crime que tem surgido na atualidade”.

O mapa

Os mapas da violência começaram a ser desenvolvidos em 1998 através de estudos da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) com o objetivo de traçar um estudo e verificar a estruturação histórica, as características e as tendências da violência homicida no país no que compete todas as faixas etárias significativas da população. No Brasil, de acordo com o coordenador da FLACSO, foram utilizados dados das certidões de óbito para confeccionar os mapas.

O Plano de segurança na visão de quem já foi vítima da violência

O pesquisador e sociólogo, Carlos Martins, que esteve presente na sessão desta quarta-feira na casa de Mário Guimarães, relatou que a maior deficiência do plano Brasil mais Seguro é não contemplar ações de incentivo a cultura, educação e esporte, que em sua opinião são necessidades primordiais na luta contra a violência.