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Três Lagoas está entre os 100 municípios brasileiros com maior índice de violência física praticada contra crianças e adolescentes. É o que aponta o Mapa da Violência contra crianças e adolescentes, edição 2012.

Conforme o estudo, coordenado por Júlio Jacobo Waiselfisz e editado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela) e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), a cidade ocupa a 90ª posição no ranqueamento dos 524 municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes. Em 2011, ano base para o estudo, 17 crianças e adolescentes foram alvo de violência física computada pelo Ministério da Saúde. Entre eles, dois casos contra crianças de dois a quatro anos, três casos contra adolescentes de 10 a 14 anos e 12 casos entre 15 e 19 anos. A população infanto-juvenil naquele ano era de 32,8 mil, o que corresponde a uma taxa de violência de 51,9 para cada 100 mil.

O ranking é baseado nos dados preliminares do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinam), do Ministério da Saúde, e correspondem aos casos atendidos pela rede SUS. Ainda na lista dos municípios com maior número de casos de violência física contra crianças e adolescentes aparece Campo Grande, na 22ª posição, com 427 casos e uma taxa de incidência de 171,8 – a capital sul-mato-grossense possui uma população de crianças e adolescentes de 248,6 mil.

Em todo o Brasil, 98.115 crianças e adolescentes foram vítimas de violência física. Já em Mato Grosso do Sul, o total de casos de violência física infanto-juvenil foi de 5,3 mil, sendo 480 contra crianças de um a quatro anos, 318 (de cinco a nove anos), 459 (contra adolescentes entre 10 e 14 anos), 715 (15 a 19 anos) e 2.288 (contra crianças e adolescentes de um a 19 anos).

TRÂNSITO

O estudo mostra ainda que aumentou a incidência de mortes de crianças e adolescentes no trânsito sul-mato-grossense. Segundo o Mapa da Violência, Mato Grosso do Sul ocupa a 8ª posição entre os estados brasileiros com maior número de mortes infanto-juvenis no Brasil. O levantamento, baseado nos dados de 2010, aponta um aumento da violência contra crianças e adolescentes no trânsito de 27,3%, na última década. Isso significa um salto de 77 mortes, registradas em 2000, para 98, em 2010. Atualmente, a taxa de MS é de 11,7 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, número superior à taxa nacional, que ficou entre 8,6 vítimas para cada 100 mil habitantes.

Já no que se refere a homicídios, Mato Grosso do Sul apontou uma queda de 8,8% nas mortes envolvendo crianças e adolescentes. Conforme o estudo, nos últimos dez anos 1.215 crianças foram vítimas de homicídios. Em 2000, ano base da pesquisa, foram 102 assassinatos de menores. Já em 2010, o número caiu para 93 (taxa de 11,1 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes). O Estado ocupa a 28ª posição em todo o Brasil, que ficou na 4ª posição no ranking mundial.

Na última década, 428 jovens com menos de 19 anos cometeram suicídio no Estado – trinta e seis deles apenas no ano de 2010.

Acidentes domésticos e outros desastres

O Mapa da Violência ainda aborda mortes “por outros acidentes”. O levantamento é baseado em enorme gama de acidentes, preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre eles, quedas, mecânica (exposição a forças mecânicas animadas e inanimadas), afogamento, sufocação e obstrução das vias respiratórias, eletricidade, fogo, natureza exposição.

Neste quesito, Três Lagoas volta a compor o quadro entre as cidades com mais de 20 mil habitantes com maiores índices em todo o Brasil. O município ocupa a 9ª posição em mortes de crianças e adolescentes por acidentes variados. No ano de 2010, nove crianças morreram vítimas de acidentes, o equivalente a uma taxa de 27.5 (levando em consideração a população infantil da cidade, 32,7 mil habitantes). O ranking é liderado por Niterói (RJ), com 68 óbitos e taxa de 59.8.

 

Em todo o Brasil, 3.953 crianças e adolescentes morreram por conta de acidentes domésticos ou desastres naturais. As principais causas de morte são: queda (310 óbitos), mecânicos (235), afogamento (1,8 mil mortes), sufocamento (770 óbitos), eletricidade (240), fogo (171), desastres naturais (137 óbitos) e outros (275).fogo (171), desastres naturais (137 óbitos) e outros (275).