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Mapa da Violência diagnostica aumento de 7,6% na mortalidade de pessoas entre 1 e 19 anos, de 2000 a 2010

A taxa de mortalidade de crianças e adolescentes (entre 1 ano e 19 anos) por acidente de trânsito em Goiás cresceu 7,6% em um período de dez anos, passando de 245 vítimas em 2000 para 262 em 2010, segundo mostra o Mapa da Violência 2012. O acréscimo fez com que o Estado passasse a ocupar o 4º lugar no ranking de registros de óbitos daquela natureza, atrás apenas do Paraná, Rondônia e Mato Grosso. Com isso, passou a ostentar uma taxa de 13,3 mortes para cada 100 mil crianças e adolescentes – acima da média nacional, que é de 8,6 vítimas.

Quando se analisam os dados registrados nas capitais, os índices são ainda mais assustadores. Goiânia supera em muito a média geral das cidades (que é de 8,8), com uma taxa de 22,5 mortes de crianças e adolescentes para cada 100 mil naquela faixa etária. Em 2010, o município registrou 86 óbitos e ficou em 42º no ranking das 100 cidades com mais mortalidade por acidente de transporte. Itumbiara, Anápolis e Rio Verde também figuram na lista, em 46º, 55º e 60º lugares, respectivamente.

O estudo mostra que a mortalidade de crianças e adolescentes em acidentes de transporte apresentava forte crescimento desde 1980 até 1997, ano que entra em vigência o Código do Trânsito Brasileiro (CTB). Sob o impacto do novo código, as taxas caíram de forma significativa nos primeiros anos, o que durou até 2000. Mas, a partir dessa data os índices se estabilizam e começam a crescer novamente a partir de 2008, perdendo-se assim muitos dos avanços quantitativos registrados nos primeiros anos de vigência da norma.
O diretor técnico do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-GO), Horácio Mello, observa que, infelizmente, o Brasil avança em muitos índices, principalmente econômicos, mas no que diz respeito ao trânsito as taxas permanecem “assustadoras”. Ele ressalta que o CTB tem várias matérias, mas alguns aspectos têm de se aprimorados, como a formação do condutor. Segundo diz, as ruas devem ter motoristas cidadãos, pois a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) não é como identidade ou registro de nascimento, que são documentos obrigatórios e que todos podem ter. “Ao contrário, CNH é a prova de que se tem condição de ser um condutor cidadão.”

Impunidade
Mello lembra que motoristas ainda apostam muito na impunidade e na ideia de que “acidentes acontecem apenas com outras pessoas”. No que diz respeito às crianças, o diretor do Detran-GO diz que falta consciência e respeito às normas de trânsito. Um exemplo disso, segundo esclarece, são os dispositivos de segurança para crianças (as chamadas cadeirinhas), que são obrigatórios, mas nem sempre usados. Ele acrescenta que os bons conselhos devem ser seguidos de bons exemplos.

Em aspectos gerais, nessa última década, conforme mostra o estudo, o crescimento da mortalidade foi registrado nos extremos das idades. Verifica-se um forte incremento na mortalidade de crianças com menos de 1 ano de idade, cujas taxas passaram de 2,8 para 4,6 mortes em cada 100 mil crianças, que representa um crescimento de 61,4%. Nas crianças com 1 ano houve crescimento, de 7,1%. Da mesma forma, a partir dos 14 anos constata-se crescimento, e em alguns casos, bem significativo, como a partir dos 18 anos de idade, quando o aumento entre 2000 e 2010 supera a casa de 50%.