fbpx

De cada 100 mil crianças e adolescentes, 15 morreram em acidentes de trânsito no Paraná no ano de 2010. Esta foi maior taxa de óbito entre as pessoas de 1 e 19 anos de todo o Brasil. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, e fazem parte do ”Mapa da Violência 2012: Crianças e Adolescentes no Brasil”, divulgado ontem, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e Faculdade Latino-Americano de Ciências Sociais (Flacso). 

O Paraná não registrou a maior quantidade de vítimas fatais em 2010 (497 contra 815 de São Paulo, e 542 de Minas Gerais), porém, levando em conta a população dos três Estados, a taxa paranaense aparece no topo da lista. No ano de 2000, o Estado estava no quarto lugar em relação à proporção de mortes de trânsito entre crianças e adolescentes, com uma taxa de 12,4 e 460 vítimas fatais. Em uma década, o crescimento destes registros chegou a 20,3%. 

Conforme o mapa, a quantidade de mortes em acidentes de trânsito na média das capitais caiu 3,5% em dez anos. Já a média de óbitos nos Estados subiu 5,9%. Isto explica porque, especificamente no caso do Paraná, as 12 cidades que possuem a maior taxa de óbitos ficam no interior. Estes municípios estão entre os 100 com 20 mil crianças e adolescentes ou mais entre a população e que registraram a maior variação de mortalidade no trânsito. 

Francisco Beltrão aparece em segundo lugar, com uma taxa de 48,5, tendo registrado 12 mortes dentro de uma população (1 a 19 anos) de 24.767. Em terceiro lugar do ranking nacional aparece outro município paranaense: Cianorte, com taxa de 48,4, confirmando 10 vítimas fatais dentro de um total de 20.651 crianças e adolescentes. Em seguida aparecem as cidades de Toledo (taxa de 32,9 e em 10º), Arapongas (29,6 e 13º) e Campo Mourão (29,5 e 14º). 

A taxa de óbitos de crianças e adolescentes em acidentes de trânsito também cresceu no Brasil, passando de 7,6% no ano de 2000, para 8,6% em 2010, uma variação de 14,7% em uma década. O maior crescimento verificado ocorreu nas mortes envolvendo adolescentes de 19 anos, que passaram de 20,9% em 2000; para 35,9% em 2010, uma variação de 71,5%. A quantidade de mortes no País passou de 5.154 em 2000, para 5.456 em 2010, uma variação de 5,9%. 

Segurança 

Para o ortopedista do Hospital Pequeno Príncipe, Edilson Forlin, a falta do uso da cadeirinha nos veículos pode ter contribuído para estes números preocupantes. ”Verificamos que a discussão cresceu e muitos motoristas já estão seguinda a norma, entretanto ainda estamos longe do ideal. As crianças podem se ferir gravemente se não estiverem com segurança dentro do veículo”, destacou. 

Além disso, frisa o médico, a falta de conscientização dos motoristas colabora para o crescimento dos acidentes envolvendo crianças, principalmente em atropelamentos. ”É bom lembrar que uma sequela nesta faixa etária pode ser levada para o resto da vida. Então os motoristas têm que estar conscientes do risco de dirigirem sem responsabilidade”, completou. 

Além das mortes registradas no trânsito, o estudo também aponta os homicídios, outros acidentes (afogamentos, quedas etc.), suicídios, além de dados sobre atendimentos por violências no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2011.

Você precisa se cadastrar para participar