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Duas em cada três crianças e adolescentes brasileiros que sofreram violência no ano passado foram agredidos em casa e por alguém próximo – parente, conhecido ou amigo.

A informação está no “Mapa da Violência 2012”, divulgado nesta quarta-feira pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais e pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos.

O levantamento, feito com base em dados fornecidos pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, mostra que, em 2011, cerca de quarenta mil crianças e adolescentes buscaram atendimento na rede pública de saúde, depois de sofrer algum tipo de violência.

Aproximadamente quarenta por cento dessas vítimas sofreram agressões físicas e outros vinte por cento foram violentadas sexualmente.

O autor do “Mapa da Violência 2012”, o sociólogo e professor da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais, Julio Jacobo Waiselfisz (se lê Júlio Jacôbo Uaiselfis), diz que os números chamam a atenção, mas observa que a realidade é bem pior, que está além das estatísticas, porque há casos de violência em que a vítima sofre calada.

De acordo com a pesquisa do sociólogo e professor da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais, Julio Jacobo Waiselfisz, o Brasil está em quarto lugar no ranking de países com maior número de assassinatos de crianças e adolescentes, numa lista de noventa e dois países. Enquanto países da Europa têm taxas de zero vírgula dois assassinato para cada cem mil crianças e adolescentes, o Brasil registra uma média de treze – sessenta e cinco vezes mais, segundo o especialista. O estudo aponta, ainda, as regiões brasileiras com taxas de homicídios “inaceitáveis”: o estado com maior índice de agressão a crianças e adolescentes é Alagoas, que teve uma média de trinta e quatro vírgula oito assassinatos a cada cem mil crianças. No ranking oposto, aparece o Piauí, com a menor taxa de homicídio, na casa dos três vírgula seis. Entre as capitais brasileiras, Maceió tem o maior índice: setenta e nove vírgula oito homicídios. Já a capital paulista tem o menor: cinco vírgula três. Na lista das cidades, Simões Filho e Lauro de Freitas, que ficam na Bahia, lideram o topo, com cento e trinta e quatro vírgula quatro e noventa e quatro vírgula seis homicídios para cada grupo de cem mil crianças e adolescentes. Para o sociólogo e professor Julio Jacobo Waiselfisz, os governos locais e estaduais dessas cidades precisam identificar urgentemente o fator que está levando ao assassinato de tantos jovens na região.

O “Mapa da Violência 2012”, de autoria do sociólogo e professor da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais, Julio Jacobo Waiselfisz, está disponível na internet, em dois endereços: www.flacso.org.br e www.cebela.org.br.

Fonte: Caiene Multimídia