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Piracicaba registrou 23 atendimentos na rede pública de saúde de casos de violência contra crianças e adolescentes com faixa etária até 19 anos em 2011. A maior parte, 78,3%, está relacionada aos abusos sexuais. Isso significa que a cada 10 ocorrências, 8 envolvem estupros, assédio sexual, atentado violento ao pudor e exploração sexual. Os dados constam no Mapa da Violência 2012 — Crianças e Adolescentes do Brasil, divulgado na quarta.

Conforme o estudo, foram 18 tipos de violência sexual, das quais 9 estupros, 6 de assédio sexual, 2 de atentado violento ao pudor e 1 de exploração sexual. A média é de 11,7 casos para cada 100 mil habitantes. Piracicaba possui uma população estimada em 102,9 mil crianças e adolescentes.

Ainda ocorreram cinco casos de violência física contra crianças e adolescentes na mesma faixa etária, com um atendimento de criança abaixo de um ano, três de crianças de 10 a 14 anos e um de adolescentes de 15 a 19 anos. A taxa foi de 4,9 a cada 100 mil habitantes.

Todos os atendimentos foram feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e levantados junto ao Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde.

O coordenador do estudo, Julio Jacobo Waiselfisz, disse que as taxas de violência sexual e física em Piracicaba, respectivamente, de 11,7 e 4,9, são consideradas baixas se comparadas com os índices em cidades de porte semelhante, como São José do Rio Preto, de 49,3 e 153,8. “Também é mais baixo que a taxa nacional, que foi de 16,4 e 20,2. Mas não podemos aceitar, ou declarar aceitável, nenhuma taxa de violência física ou de violência sexual contra crianças e adolescentes. Podemos dizer, só, que o problema em Piracicaba é menor que o de Rio Preto, mas, ainda assim, temos um problema em mãos que precisa ser resolvido”, afirmou.

Para a delegada Marieta Cury Aneli, da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), embora os números sejam menores do que os mostrados em uma cidade de porte semelhante, ainda devem ser considerados altos. “O ideal seria que não houvesse esse tipo de violência sexual. Muitos dos casos contra crianças que chegam à DDM são de agressão física ou de cunho sexual. Estamos pegando pesado contra estes casos, no intuito de inibi-los”, disse.