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Dado consta no Mapa da Violência 2012, divulgado nessa semana.Especialistas dizem que falta de limites ocasiona violência nas ruas.

Do G1 MS com informações da TV Morena

Mato Grosso do Sul está em 8º no ranking de estados brasileiros com maior incidência de mortes de adolescentes e crianças em acidentes, de acordo com o Mapa da Violência 2012. O estudo foi divulgado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) com base em dados do Ministério da Saúde.

Dos 102 países pesquisados, o Brasil está em 12º lugar. Para os especialistas essa estatística revela que a falta de limites tem como consequência a violência nas ruas.

A dona de casa Virgínia Ramires chega em casa sempre no meio da manhã e vai cuidar dos cachorros, mas a saudade do filho e do marido é grande. Há quase três meses eles foram atropelados quando andavam de bicicleta na ciclovia. A dor é tanta que ela não consegue dormir na própria casa.

“Para mim ele está na escola e meu esposo está trabalhando, e sempre a partir das 17h mais ou menos eu tenho que ir embora, porque penso que a qualquer momento eles vão chegar, mas nunca chegam”, disse.

A tragédia de vidas destruídas pela morte de um filho em acidente de trânsito se repete em todo o pais. A promotora Vera Vieira explica que o problema é que as famílias deixam os jovens pular etapas, dirigir sem habilitação e beber sem controle.

“O que eu constato no dia a dia na promotoria é o elevado número de adolescentes que são apreendidos pela polícia conduzindo veículo sem habilitação e em muitas situações gerando perigo de danos”, afirmou a promotora.

Segundo a pesquisa, em 2000, a taxa de mortalidade de crianças e adolescentes de 1 a 19 anos em acidentes de trânsito era de 9,3 para cada 100 mil jovens. Em 2010 esse número saltou para 10,5 mortes para cada 100 mil jovens, bem acima da média nacional de 8,6 mortes.Ainda segundo o Mapa da Violência, o número de homicídios na faixa etária de até 19 anos, caiu muito em uma década. Em 2000, o estado estava entre os oito com maior número de mortes de jovens. Eram 102 para cada grupo de 100 mil. Agora está em 18º lugar com um número de 93 mortes.Segundo a promotora, a redução dos assassinatos não significa que a violência diminuiu. O número de roubos e furtos praticados por menores de idade aumentou e esse é o reflexo do perfil da criminalidade no estado.“Por traz desse homicídio ocorreram outros fatos criminosos. O adolescente ou ele é usuário de drogas ou ele é traficante de drogas, e muitas vezes são mortos pelas próprias facções criminosas”, concluiu.