País é 7º do mundo em homicídio de mulheres, aponta Instituto Sangari. Dados indicam que agressões são registradas principalmente em casa.
Levantamento do “Mapa da Violência no Brasil 2012” mostra que, de 1980 a 2010, o número de mulheres assassinadas no Brasil cresceu 217,6%. O estudo é coordenado pelo sociólogo Júlio Jacobo, que atuou em parceria com Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais – FLACSO – e do Instituto Sangari.
De acordo com a pesquisa, em 1980, 1.353 mulheres foram mortas no país. 30 anos depois, esse número foi de 4.297, o que representa um índice de 4,4 mulheres assassinadas em cada 100 mil. Esse é o sétimo maior índice do mundo, segundo o estudo.
Reportagem do Fantástico deste domingo (6) antecipou os dados da pesquisa que apontam os estados do Espírito Santo, Alagoas e Paraná como os que possuem a maior taxa de homicídios a cada 100 mil mulheres. O Piauí é que tem a menor taxa. O Fantástico também mostra que a cada cinco minutos, uma mulher é agredida no país e em quase 70% dos casos, quem espanca ou mata a mulher é o namorado, marido ou ex-marido.
Ainda segundo o Mapa da Violência no Brasil, no ano de 2007 a taxa de homicídios contra mulheres, que vinha aumentando desde, teve a primeira queda do período. A principal justificativa, de acordo com a pesquisa, foi a entrada em vigor, no fim de 2006, da Lei Maria da Penha. Mas já em 2008 o índice voltou a crescer sem interrupções.
Ameaça em casa
A pesquisa mostrou que foram registradas mais de 48 mil ocorrências de agressões contra mulheres no Brasil em 2011. Dessas, 5 mil não possuíam informações sobre o local. Em 68,8 % dos casos restantes, a mulher sofreu a agressão na própria residência. Em segundo lugar vem a via pública, onde foram verificados 17,4% dos casos de violência contra a mulher.
Ainda de acordo com o estudo, o cônjuge é quem mais responde por violência contra a mulher, 27,1% das agressões. Em seguida vêm amigos ou conhecidos, 16,2%.
Quando a vítima está na faixa etária de 1 a 4 anos, diz o estudo, 44,4% das agressões vêm da mãe. Depois, até os 14, o pai passa a ser o principal agressor.
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