O estudo abrangeu os 100 municípios com 20 mil crianças e adolescentes ou mais com as maiores taxas de suicídio. Catanduva aparece com a taxa de 10,3 mortes em uma população estimada de 29.055. O município amazonense registrou taxa de 19,2 para uma população de 26.015.
O desempenho também deixou Catanduva com o pior índice do Estado de São Paulo. Como comparativo, o segundo município paulista que aparece nesse ranking é Carapicuíba, com taxa de 4,9, na 16ª posição, com população estimada em 121.214.
“O que leva um adolescente, nessa idade, ao ato desesperado de tirar sua vida?”, questiona-se o próprio autor do estudo, o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, que considera o aumento desse índice preocupante.
“Nesse sentido, nessas idades da adolescência, qualquer índice, o mínimo índice, é preocupante. Nas comparações internacionais com mais 98 países do mundo dos quais contamos com dados compatíveis, o Brasil, com sua taxa de 1,1 suicídios para cada 100 mil crianças e adolescentes, ocupa a 60ª posição no mundo, o que é um claro indicador que nossas taxas são relativamente baixas”, continua.
Ele explica que uma das causas pode ter relação com causas sociais mal resolvidas, que causam influência nessa faixa etária, aumento identificado em Catanduva. “Apesar dessa posição relativamente cômoda no contexto internacional, tem ainda alguns fatos preocupantes. O aumento no índice de suicídios de adolescentes dá-se na maior parte das idades onde se registram suicídios, um claro indicado de problemas ainda mal resolvidos com nossas crianças e adolescentes”, argumenta. No âmbito nacional, no ano 2000, foram 0,9 para populações de até 100 mil habitantes. No ano de 2010, a média elevou-se para 1.1.
Física e sexual
O estudo também apresentou resultados recentes de agressões físicas e sexuais envolvendo crianças em todos os municípios do país. No caso de Catanduva, no ano passado, foram registradas quatro ocorrências de violência sexual, uma de estupro e outras duas de assédio sexual. Dois casos de exploração sexual fizeram com que a taxa de violência subisse para 13,8.
Já nas agressões físicas, a maioria concentra-se na faixa etária dos 15 aos 19 anos, quando 22 ocorrências foram registradas em 2011. No total, foram 30 casos, elevando a taxa para 103,3.
Demais
Catanduva também aparece entre as que mais causam mortes no país em crianças no trânsito, ocupando a 29ª posição em um índice de 24,1. Na classificação de mortalidade com outros acidentes, a cidade aparece na 52ª posição do país, taxa de 13,8.
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