O Fórum Social Mundial Temático 2012 começa amanhã (24), no Rio Grande do Sul, com a expectativa dos movimentos sociais de transformá-lo em um debate preparatório sobre a agenda da sociedade civil para a Rio+20.
Até domingo, ativistas pretendem lançar as bases do que querem ver discutido na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (o nome formal da Rio+20), a ser realizada em junho no Rio de Janeiro. A “Rio+20 dos Povos” é um dos temas mais presentes no cronograma de debates do Fórum Social deste ano e remete à Cúpula dos Povos, o grande evento de militantes ambientais, agricultores, grupos de mulheres, jovens e negros, comunidades indígenas e sindicatos que ocorrerá no Rio, em paralelo ao evento oficial dos governos.
Além do destaque ao debate ambiental, esta edição do Fórum Social discutirá a “crise capitalista” e a “justiça social”. Os encontros serão em Porto Alegre e em Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo, na região metropolitana.
A abertura do fórum será feita por José Graziano da Silva, que assumiu a diretoria-geral da FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Os temas dos debates do Fórum Social são variados. Entre eles estão segurança alimentar – assunto que será abordado por Graziano – desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, movimento sindical, pré-sal, direitos autorais na era digital, samba e hip hop sem fronteiras. Está previsto o lançamento do livro “Ao pé do muro”, do italiano Cesare Battisti e o lançamento regional de “A privataria tucana”, de Amaury Ribeiro Jr.
A presidente Dilma Rousseff participará do evento “Diálogos entre sociedade civil e governos”, no ginásio Gigantinho, na quinta-feira, ao lado do presidente do Uruguai, José Mujica. A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, foram convidados, mas não devem comparecer.
Será a estreia de Dilma no Fórum Social como presidente e uma forma de a petista aproximar-se dos movimentos sociais. Além de Dilma, o governo deve enviar nove ministros: Gilberto Carvalho, Alexandre Padilha (Saúde), Antonio Patriota (Relações Exteriores), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Maria do Rosário (Direitos Humanos) Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Mendes Ribeiro (Agricultura), Iriny Lopes (Políticas para Mulheres) e Luiza Barros (Igualdade Racial). Entre intelectuais e ativistas estão previstos a ex-ministra Marina Silva, os teólogos Frei Betto e Leonardo Boff e os sociólogos Boaventura de Sousa Santos, Ignacio Ramonet e Pablo Gentili.
O evento é patrocinado pelos governos federal e gaúcho, estatais e empresa de economia mista. Só a Petrobras destinou R$ 1,35 milhão. No site do fórum constam como patrocinadores os Ministérios da Saúde e da Cultura, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul, o Banco de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul e a Companhia Riograndense de Saneamento.
Os organizadores do fórum não divulgaram os custos, nem quanto receberam. O Ministério da Cultura informou que o projeto de patrocínio ainda não foi aprovado e o da Saúde disse que o patrocínio não é “em espécie”, mas sim por meio da montagem de tendas e do envio de técnicos e de materiais.
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