Escola de Inverno

O minicurso debaterá o fenômeno da ciber vigilância nas Ciências Sociais aplicadas e os desafios regulatórios que apresenta. A partir do estudo do software de vigilância Pegasus, desenvolvido e comercializado pela empresa Israelense NSO, refletiremos sobre os usos, abusos e demandas por maior controle em torno do mercado global de softwares espiões.

• Familiarizar os estudantes com o debate em torno da ciber vigilância
• Mapeamento dos principais players que atuam nesse mercado.
• Analisar o uso do software espião Pegasus a partir de relatórios publicados pela academia e sociedade civil
• Apresentar e debater o panorama regulatório atual para o tema

Luísa Cruz Lobato possui graduação em Relações Internacionais pela Universidade da Amazônia, mestrado em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atualmente é professora do quadro complementar da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e coordenadora do Laboratório de Humanidades Digitais da PUC-Rio. Tem experiência nas áreas de Segurança Internacional e Estudos de Ciência e Tecnologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Estudos Críticos de Segurança, Segurança Cibernética, Governança Algorítmica, Aplicativos, Humanidades Digitais, Política da Tecnologia.

Aula 1: 03 de Julho, das 18h30 às 20h30 – Spywares e Vigilância na Internet

Aula 2: 10 de Julho, das 18h30 às 20h30 – Panorama histórico do mercado de ciber vigilância

Aula 3: 24 de Julho, das 18h30 às 20h30 – O caso Pegasus

Aula 4: 31 de Julho, das 18h30 às 20h30 – A regulação do mercado global de ciber vigilância

Bill Marczak, John Scott-Railton, Sarah McKune, Bahr Abdul Razzak, and Ron Deibert. “Hide and Seek: Tracking NSO Group’s Pegasus Spyware to Operations in 45 Countries,” Citizen Lab Research Report No. 113, University of Toronto, September 2018.

Deibert, Ronald. 2013. Black Code: Inside the Battle for Cyberspace. Toronto: McClelland & Stewart.

Ramiro, André. 2022. Mercadores da Insegurança: conjuntura e riscos do hacking governamental no Brasil. Recife, PE: IP.rec.

Richard, Laurent, and Sandrine Rigaud. 2023. Pegasus: The Secret Technology That Threatens

the End of Privacy and Democracy. Dublin: MacMillan.

R$ 400,00, em até 2x [ valor referente a inscrição em um minicurso ]

50% de desconto para ex-alunos da Flacso Brasil

Formas de pagamento: Cartão de Crédito, PIX ou Boleto

Condições Especiais para Inscrição em 2 ou mais Minicursos:

• 20% de desconto sobre a segunda inscrição 
• 30% de desconto sobre a terceira inscrição

Para maiores informações sobre obtenção de descontos, fale conosco em: egpp@flacso.org.br

O curso oferece um sobrevoo bibliográfico sobre as principais discussões acadêmicas que envolvem o conceito de genocídio, desde a sua idealização em meados do século XX, até a criação da Convenção das Nações Unidas e sua plena incorporação no vocabulário do direito internacional. As aulas partem das temáticas centrais que envolvem o processo genocida, abarcando as etapas necessárias para sua realização, o negacionismo como parte central do projeto, e a divisão de gênero que estrutura a violência. A formação abarca não apenas a definição do que é esse crime, mas também como ele se estrutura, os debates políticos que envolvem a aplicação da nomenclatura e os desafios na criação de mecanismos de prevenção nos dias atuais.

Partindo do cenário atual e dos usos recorrentes da palavra genocídio, o curso tem como objetivo fornecer um repertório teórico sobre esse conceito, introduzindo ao aluno o contexto histórico e político de sua criação. Também visa apresentar um panorama sobre as particularidades desse tipo de crime contra a humanidade a partir de casos considerados clássicos dentro da área de genocide studies (Armenia, Holocausto, Ruanda). Por fim, a oficina objetiva a reflexão sobre o imperativo moral que acompanha essa categoria, e suas implicações nos processos de identificação do processo genocida, aproximando o estudante dos embates que envolvem o uso da palavra na atualidade (caso das populações ameríndias, Gaza, etc).

Mariana Boujikian Felippe é mestre em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), onde realizou pesquisa junto ao NUMAS (Núcleo de Estudos dos Marcadores Sociais da Diferença). Cientista social formada pela USP, com licenciatura pela Faculdade de Educação da mesma instituição. Cursou especialização em “Memórias Coletivas, Direitos Humanos e Resistências” pela CLACSO (Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais). Autora do livro “Memórias de um genocídio”, publicado pela editora Tirant Lo Blanch em 2023. Possui experiência de trabalho e interesse em temas relacionados à educação, direitos humanos, e produção de conteúdo para mídias sociais.

Aula 1: 08 de Julho, 18h30 às 20h30 – O crime sem nome

Aula 2: 15 de Julho, das 18h30 às 20h30 – A Convenção da ONU

Aula 3: 22 de Julho, das 18h30 às 20h30 – Gênero, fases do genocídio e o negacionismo

Aula 4: 29 de Julho, das 18h30 às 20h30 – Genocídio no Brasil e no mundo

BOUJIKIAN, Mariana. Memórias de um genocídio. p. 67-73, 2023.

LEMKIN, Raphael. genocide. The American Scholar, p. 227-230, 1946. [http://www.preventgenocide.org/es/lemkin/escolar-americanos1946.htm ]

Convenção para prevenção e a repressão do crime de genocídio [https://www.oas.org/dil/port/1948%20Conven%C3%A7%C3%A3o%20sobre%20a%20Preven%C3%A7%C3%A3o%20e%20Puni%C3%A7%C3%A3o%20do%20Crime%20de%20Genoc%C3%ADdio.pdf]

JOEDEN‐FORGEY, Elisa von. Gender and genocide. 2010. (Pg. A definir)

RUBY REID-CUNNINGHAM, Allison. Rape as a Weapon of Genocide. Genocide studies and prevention, v. 3, n. 3, p. 279-296, 2008.

VITA, M. R. de. (2023). “Nós vamos deixar vocês viverem para que morram de tristeza”: estupro como arma de guerra no Genocídio de 1994 em Ruanda. Revista Angelus Novus, 12(17), 190313.

STANTON, Gregory H. The eight stages of genocide. Genocide Watch, 1998. [http://www.genocide watch.com/images/8StagesBriefingpaper.pdf]

CHARNY, Israel W. A classification of denials of the Holocaust and other genocides. In: Genocide and Human Rights. Routledge, 2017. p. 517-540.

POWER, Samantha. Genocídio: a retórica americana em questão. P. 569-583. Companhia das Letras, 2022.

JONES, Adam. Genocide: A comprehensive introduction. Routledge, 2016. (Pg. a definir)

R$ 400,00, em até 2x [ valor referente a inscrição em um minicurso ]

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Como a heterossexualidade foi criada e se tornou a norma? Como um discurso construído torna-se uma verdade única? Neste minicurso, iremos debater a invenção, desenvolvimento e reprodução da heterossexualidade como normativa transnacional reguladora de corpos, projetos, vidas e constituinte da própria ideia de nação juntamente com raça e gênero.

Partimos do marco histórico de invenção da heterossexualidade, posterior à invenção da homossexualidade enquanto regime de organização do mundo entre polaridades diferenciais binárias que emergem na modernidade. Além disso, o surgimento do heterossexual, a princípio, emerge da necessidade moderna de impor categorias e controlar “anomalias sexuais” que afetariam o “desenvolvimento saudável” da sociedade. Nesse sentido, olhar a heterossexualidade é olhar para o modo como o Ocidente se legitima como narrativa naturalizada e normatizada, imposta no processo colonizador. 

Dito isso, esse minicurso pretende observar como a heterossexualidade, e o heterossexual, é colocada como alteridade imposta, alterando o lugar em que comumente se coloca o Outro. Em quatro encontros iremos debater a produção que analisa a criação da heterossexualidade como discurso único da narrativa hegemônica, não só sobre as sexualidades, mas sobre a própria organização do mundo. Esta discussão se localiza em um lugar essencialmente político, influenciado pelos movimentos feministas e LGBTIAPN+ que nos informam teoricamente sobre a emergência de um futuro possível para além da heterossexualidade como norma vigente.

• Apresentar os conceitos sobre heterossexualidade e a narrativa histórica e discursiva da formação da hegemonia heterossexual como um discurso moderno.
• Discutir autoras lésbicas e a crítica ao pensamento hétero como uma proposta política emancipatória;
• Construir um espaço de diálogos com o/as/es participantes em que as narrativas possam ser expressões do corpo para além das teorias.

Ana Helena Ithamar Passos é advogada pela Universidade Católica de Pernambuco, mestra e doutora em Serviço Social, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- Rio). Pesquisadora na área de estudo das relações étnico-raciais, com ênfase no campo de conhecimento dos estudos críticos da branquitude e nos estudos da epistemologia feminista e gênero. É pós-doutoranda no programa Interdisciplinar “Humanidades, Direitos e outras Legitimidades” do Núcleo de estudos das diversidades, intolerâncias e conflitos – DIVERSITAS da Universidade de São Paulo, consultora da comissão de justiça restaurativa da OAB-SP, pesquisadora associada do Think Etnus e membra da rede juristas feministas – Defemde. Atua como professora de educação a distância em cursos de educação em direitos humanos. Cofundadora e diretora de comunicação do Instituto Ella Criações Educativas.

Aula 1: 09 de Julho, das 19h às 21h – O Nascimento do Hétero

Aula 2: 11 de Julho, das 19h às 21h – Sexualidade(s) é no plural

Aula 3: 16 de Julho, das 19h às 21h – A heterossexualidade produz a nação?

Aula 4: 18 de Julho, das 19h às 21h – Pode o coração falar: afeto, desejos e sexualidades

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade 1: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal. 2007.

LAQUEUR, Tomas. Inventando o sexo. Corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro, Editora Relume Lumara, 2018.

PLURAL 24H. Exposição Coletiva. Museu da Diversidade Sexual, Estação República do Metrô, Rua do Arouche, 24, São Paulo – SP, 24 de janeiro a 11 de maio de 2019.

RICH, Adrienne. Heterossexualidade Compulsória e Existência Lésbica. In: Revista Bagoas, 5, pp. 17-44, 2010.

RUBIN. Gayle. Políticas do Sexo. São Paulo: Ubu, 2018.

WITING, Monique. O pensamento Hetero e outros ensaios. Porto Alegre, Editora Autentica, 2022.

R$ 400,00, em até 2x [ valor referente a inscrição em um minicurso ]

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