O curso oferece um sobrevoo bibliográfico sobre as principais discussões acadêmicas que envolvem o conceito de genocídio, desde a sua idealização em meados do século XX, até a criação da Convenção das Nações Unidas e sua plena incorporação no vocabulário do direito internacional. As aulas partem das temáticas centrais que envolvem o processo genocida, abarcando as etapas necessárias para sua realização, o negacionismo como parte central do projeto, e a divisão de gênero que estrutura a violência. A formação abarca não apenas a definição do que é esse crime, mas também como ele se estrutura, os debates políticos que envolvem a aplicação da nomenclatura e os desafios na criação de mecanismos de prevenção nos dias atuais.

Partindo do cenário atual e dos usos recorrentes da palavra genocídio, o curso tem como objetivo fornecer um repertório teórico sobre esse conceito, introduzindo ao aluno o contexto histórico e político de sua criação. Também visa apresentar um panorama sobre as particularidades desse tipo de crime contra a humanidade a partir de casos considerados clássicos dentro da área de genocide studies (Armenia, Holocausto, Ruanda). Por fim, a oficina objetiva a reflexão sobre o imperativo moral que acompanha essa categoria, e suas implicações nos processos de identificação do processo genocida, aproximando o estudante dos embates que envolvem o uso da palavra na atualidade (caso das populações ameríndias, Gaza, etc).

Mariana Boujikian Felippe é mestre em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), onde realizou pesquisa junto ao NUMAS (Núcleo de Estudos dos Marcadores Sociais da Diferença). Cientista social formada pela USP, com licenciatura pela Faculdade de Educação da mesma instituição. Cursou especialização em “Memórias Coletivas, Direitos Humanos e Resistências” pela CLACSO (Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais). Autora do livro “Memórias de um genocídio”, publicado pela editora Tirant Lo Blanch em 2023. Possui experiência de trabalho e interesse em temas relacionados à educação, direitos humanos, e produção de conteúdo para mídias sociais.

Aula 1: 08 de Julho, 18h30 às 20h30 – O crime sem nome

Aula 2: 15 de Julho, das 18h30 às 20h30 – A Convenção da ONU

Aula 3: 22 de Julho, das 18h30 às 20h30 – Gênero, fases do genocídio e o negacionismo

Aula 4: 29 de Julho, das 18h30 às 20h30 – Genocídio no Brasil e no mundo

BOUJIKIAN, Mariana. Memórias de um genocídio. p. 67-73, 2023.

LEMKIN, Raphael. genocide. The American Scholar, p. 227-230, 1946. [http://www.preventgenocide.org/es/lemkin/escolar-americanos1946.htm ]

Convenção para prevenção e a repressão do crime de genocídio [https://www.oas.org/dil/port/1948%20Conven%C3%A7%C3%A3o%20sobre%20a%20Preven%C3%A7%C3%A3o%20e%20Puni%C3%A7%C3%A3o%20do%20Crime%20de%20Genoc%C3%ADdio.pdf]

JOEDEN‐FORGEY, Elisa von. Gender and genocide. 2010. (Pg. A definir)

RUBY REID-CUNNINGHAM, Allison. Rape as a Weapon of Genocide. Genocide studies and prevention, v. 3, n. 3, p. 279-296, 2008.

VITA, M. R. de. (2023). “Nós vamos deixar vocês viverem para que morram de tristeza”: estupro como arma de guerra no Genocídio de 1994 em Ruanda. Revista Angelus Novus, 12(17), 190313.

STANTON, Gregory H. The eight stages of genocide. Genocide Watch, 1998. [http://www.genocide watch.com/images/8StagesBriefingpaper.pdf]

CHARNY, Israel W. A classification of denials of the Holocaust and other genocides. In: Genocide and Human Rights. Routledge, 2017. p. 517-540.

POWER, Samantha. Genocídio: a retórica americana em questão. P. 569-583. Companhia das Letras, 2022.

JONES, Adam. Genocide: A comprehensive introduction. Routledge, 2016. (Pg. a definir)

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