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Responsável pelo Mapa da Violência, o coordenador da Área de Estudos da Violência da Flacso Brasil, Julio Jacobo Waiselfisz, avalia que o Estatuto do Desarmamento freou a corrida às armas motivada pelo crescimento da violência urbana. Para ele, os indicadores podem disparar se mais armas estiverem circulando.
Em um país que vive violência epidêmica, a prática de tiro gera controvérsia. O Brasil lidera o ranking de mortes por arma de fogo no mundo, segundo a Pesquisa Global de Mortalidade por Armas de Fogo, divulgada em agosto. O mais recente Atlas da Violência mostra que 71% dos homicídios no país são causados por armas de fogo.

O aumento de atiradores preocupa pesquisadores. Responsável pelo Mapa da Violência, o coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, Julio Jacobo Waiselfisz, avalia que o Estatuto do Desarmamento freou a corrida às armas motivada pelo crescimento da violência urbana. Para ele, os indicadores podem disparar se mais armas estiverem circulando:
“Diante de um cenário de violência, as pessoas se armam para matar ou para morrer. A arma não serve para nenhuma outra coisa se não matar. Mais armas não baixam homicídios. Pelo contrário, levam a mais mortes. Essa equação é histórica, foi estudada e reestudada”.
O pesquisador em segurança pública Fabricio Rebelo discorda. Segundo ele, as taxas demonstram a falência da política brasileira anti-armas. Ele vê com bons olhos o aumento de atiradores.
“Os indicadores de criminalidade do país demonstram que a proibição foi mais do que ineficaz, mas prejudicial, porque levou ao destemor dos criminosos. Ao se negar à vítima a possibilidade de defesa, retira-se um elemento de inibição do crime. O acesso à arma recompõe essa equação”, analisa Rebelo.
Para o presidente da Federação Gaúcha de Tiro Prático, Ivan Keller, o perigo está “em armas nas mãos de bandidos”: ” Mexo mais em arma do que em talher. E olha que sou gordinho. Mexer em arma não é o problema. O problema é quem mexe em arma”.